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Alta da Selic favorecerá ainda mais a renda fixa em detrimento da bolsa

Apenas em outubro, mais de 1 milhão de novos investidores se cadastraram no Tesouro Direto

Por Luisa Purchio 8 dez 2021, 12h00

Nesta quarta-feira, 8, o Copom anunciará a sua última decisão de política monetária do ano e, de acordo com a expectativa do mercado, a Selic ganhará mais 1,5 ponto percentual e atingirá 9,25% ao ano. A alta certamente continuará atraindo os investidores para a renda fixa, que entrega boa rentabilidade com baixo risco de perdas. A subida da Selic se soma ainda à deterioração do cenário político e fiscal do país e dá motivos para que os investidores busquem ativos menos arriscados e com boa rentabilidade.

No acumulado do ano, o Ibovespa teve queda de 9,6%, saindo de 119 mil pontos no último dia de 2020 para 107,5 mil pontos no fechamento da terça-feira, 7. Em outubro, a B3 registrou um crescimento de 1,4% de investidores em relação a setembro, chegando a 4 milhões de contas de renda variável, e uma alta de 28%  na comparação com o ano passado. No período, a expansão da renda fixa foi mais rápida. Só em outubro, 1,06 milhão de novos investidores se cadastraram no Tesouro Direto, totalizando 14,1 milhões, um crescimento de 63,6% no período de 12 meses.

“Nossos clientes estão com mais interesse de sair da bolsa e ir para a renda fixa, ainda mais com a proximidade das eleições e a volatilidade que isso traz. Investimentos pré-fixados estão com rentabilidade de 1% ao mês”, diz Marilia Fontes, sócia fundadora da Nord Research, que indica LCIs e LCAs pré fixados, ativos que apresentam maior risco, mas não têm incidência de Imposto de Renda.

Poupança

Com a alta de juros esperada para hoje, passará a valer sobre a poupança uma outra regra de cálculo de rentabilidade. Quando a Selic está acima de 8,5%, ela passa a render 0,50% ao mês, ou 6,17% ao ano. Hoje o rendimento é de 70% da Selic mais a taxa referencial, que está em zero.

A alta da Selic dará à poupança um rendimento levemente superior ao atual, mas ainda inferior a outras opções do mercado, como ativos de renda fixa atrelados ao índice DI ou à inflação, como CDBs ou títulos do Tesouro Direto.

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