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Alta dos juros traz um recado claro do BC, de Gabriel Galípolo, a Lula

Gastos públicos em alta cobram um elevado custo da política monetária, explicam economistas

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jun 2025, 12h13 - Publicado em 19 jun 2025, 09h22

Ao elevar a taxa Selic para 15% ao ano marcando a sétima alta seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom), presidido por Gabriel Galípolo, enviou um sinal ao governo Lula, na avaliação de economistas: sem responsabilidade fiscal, os juros continuarão altos por mais tempo.

Embora o Banco Central tenha indicado a intenção de pausa no ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024, o comunicado foi explícito ao afirmar que os riscos inflacionários seguem elevados e que os desdobramentos da política fiscal afetam diretamente os ativos e a condução da política monetária.

No comunicado, o Copom afirma que “segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”. E reforça que, em um cenário de expectativas desancoradas, será necessária “uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.

“A expectativa de inflação desancorada ainda é o principal fator de preocupação para o comitê”, avaliou Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter. Para ela, o Copom menciona os sinais de moderação do crescimento da economia por um lado, mas também ressalta as incertezas na condução da política fiscal, com pressões no mercado de trabalho e projeções de inflação ainda elevadas. “O fiscal expansionista e sem regras críveis cobra um elevado custo da política monetária”, explica.

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, hoje, o Brasil opera com uma curva de juros considerada ‘não saudável’: mesmo com juros elevados no curto prazo, os vértices mais longos seguem altos, e isso é reflexo direto da desconfiança fiscal. “Sem avanços consistentes na área fiscal, será necessário manter juros altos por mais tempo”. O economista alerta para o descontrole dos gastos públicos que pode limitar, na prática o efeito da alta de juros na ancoragem das expectativas. “O efeito pode acabar sendo limitado”, diz.

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Ricardo Pompermaier, estrategista-chefe da Davos Financial Partnership, vê na decisão do Copom uma tentativa de reforçar a independência da política monetária. Vale lembrar que Galípolo foi indicado de Lula para a presidência do BC. “A escolha de apertar ainda mais a política monetária, mesmo com uma conjuntura mais benigna no curto prazo, busca reforçar a credibilidade da autoridade monetária. É uma decisão que mira, acima de tudo, a ancoragem das expectativas e a preservação do regime de metas, diante de um cenário fiscal ainda frágil e de incertezas persistentes.”

 

 

 

 

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