Quem nunca jogou videogame na vida? Seja pelos mais antigos, como Atari 2600 e Nintendo 64, ou pela nova geração composta por Playstation 5 e Xbox Series, o prazer de passar horas à frente dos consoles já atravessou gerações. Os consoles, aliás, não são mais as únicas plataformas para o entretenimento, já que são cada vez mais importantes os jogos pelo computador e até mesmo pela tela de um smartphone. Com tamanha acessibilidade e fácil conexão, a indústria explodiu e deixou de ser promessa para se tornar um negócio dominante no mundo do entretenimento. O que era um divertimento se transformou, além de negócio, em esporte profissional, com a disputa de campeonatos individuais e por equipes com altos investimentos e grande apelo aos fãs.
O passo natural nessa evolução é o surgimento do serviço de aulas de games — algo já comum em países asiáticos e que começou a ganhar espaço no mercado brasileiro. A procura por esses cursos deve crescer nos próximos anos. Implementada pelo GetNinjas, o maior aplicativo de contratação de serviços da América Latina, a nova modalidade já oferece aulas para 19 jogos, como League of Legends, Fortnite, Call of Duty e Fifa. A plataforma é responsável por conectar clientes a pequenas empresas e autônomos e já conta atualmente com 2.600 profissionais cadastrados na categoria de esportes eletrônicos. “É uma nova categoria, mas o que nos surpreende positivamente é a expressiva procura inicial dos dois lados. A crise fez surgir novas necessidades e o setor de games se tornou ainda mais promissor”, conta Eduardo L’Hotellier, fundador e CEO do GetNinjas. Segundo o empresário, o preço de alguns pacotes ofertados na plataforma varia de 50 a 80 reais por hora de aula. “Não é uma moda passageira, é um caminho sem volta”.
De acordo com a consultoria Newzoo, a indústria de games seguirá em franca expansão e ultrapassará os 200 bilhões de dólares (1,1 trilhão de reais) em receitas em 2023. O crescimento é um sinal de que a demanda pelas aulas deve subir. Em 2020, ano marcado pela quarentena, 36% dos entrevistados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva disseram que o hábito de jogar se intensificou durante o isolamento social. “Acho legal a possibilidade de contratar alguém que tenha um ranking mais alto e mais experiência que você para lhe ajudar a chegar no patamar que ele chegou”, comenta Arthur Gomides, freelancer de edição de vídeos que contratou aulas de League of Legends. Com a demanda por cursos, cria-se um jogo em que todos saem ganhando, tanto jogadores experientes que podem ganhar uma renda extra quanto os menos experientes, que têm a chance de se aperfeiçoar.