Americanas reverte prejuízo e fecha 2024 com lucro de 8,3 bilhões de reais
Varejista entra em 2025 em situação mais favorável, com forte queda no endividamento e crescimento do lucro bruto

A Americanas (AMER3) encerrou 2024 com lucro líquido consolidado de 8,3 bilhões de reais. O resultado reverte o prejuízo de 2,3 bilhões de reais registrado no ano retrasado. Considerando-se apenas o quarto trimestre, a varejista reportou prejuízo de 586 milhões de reais, em contraste com o lucro de 2,6 bilhões do mesmo período de 2023.
Segundo a companhia, a comparação trimestre contra trimestre precisa ser ponderada pelo fato de que, em 2023, o resultado foi beneficiado pelo diferimento de 4,8 bilhões de reais em impostos, o que foi fundamental para o lucro bilionário entre outubro e dezembro. Se não houvesse diferimento, o prejuízo líquido do período seria de 2,2 bilhões de reais, muito acima do reportado no quarto trimestre de 2024.
A empresa também divulgou uma receita líquida de 14,3 bilhões de reais no acumulado do ano passado. A cifra é 3% menor que a de 2023. O recuo reflete a reestruturação do mix de lojas, com o fechamento de unidades deficitárias. A Americanas encerrou 2024 com 1 587 pontos de venda, ante 1 678 no ano retrasado. Foram fechadas 31 lojas convencionais e 60 lojas de conveniência da bandeira Americanas Express.
O foco em melhorar a lucratividade da operação se refletiu no aumento de 10% do lucro bruto, que passou de 4,2 bilhões de reais para 4,6 bilhões. A margem bruta também cresceu 3,9 pontos percentuais e fechou dezembro em 32,3%.
O ebitda, o indicador de geração de caixa preferido dos analistas, passou de um déficit de 2,7 bilhões de reais para um superávit de 1,7 bilhão. A Americanas também reduziu em 96% sua dívida bruta, que caiu de 39,4 bilhões para 1,8 bilhão no intervalo de um ano. O recuo é reflexo da recuperação judicial solicitada pela varejista em janeiro de 2023, após a descoberta de fraudes contábeis cometidas pela gestão anterior. Parte do impacto foi captado pelo reconhecimento, na rubrica de dívidas do balanço de 2023, de 15,9 bilhões de reais de operações de risco sacado. Como se sabe, uma das estratégias dos fraudadores era omitir o risco sacado para inflar os resultados da empresa. Nas demonstrações do ano passado, o risco sacado caiu para 49 milhões de reais.
Com 2,7 bilhões de reais de caixa e equivalentes (incluindo recebíveis de cartão de crédito), a companhia encerrou 2024 numa situação de caixa líquido de 933 milhões de reais. Ou seja, mesmo se quitasse todas as suas dívidas, ainda teria dinheiro.
Veja o release de resultados da Americanas, referente ao quarto trimestre e ao consolidado de 2024: