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Antecipação de restituição do imposto de renda é opção de risco

Bancos fazem empréstimo com valor correspondente ao da restituição, mas, se contribuinte cair na malha fina, terá de arcar com pagamento

Por Gilmara Santos
Atualizado em 30 abr 2018, 21h32 - Publicado em 30 abr 2018, 17h46

A poucas horas do prazo final para a entrega da declaração do Imposto de Renda, muitos brasileiros já começam a se programar para receber a restituição. De acordo com o cronograma da Receita Federal, o reembolso, para quem não cair na malha fina, começa no dia 15 de junho e termina em 17 de dezembro.

Os contribuintes que não querem esperar o calendário oficial têm a possibilidade de antecipar os valores com os bancos.

O professor do Insper Michel Viriato destaca que, por se tratar de uma contratação de dívida, há juros embutidos. Mas pode ser uma opção para quitar um débito mais caro. “É uma boa alternativa para liquidar uma dívida ou pelo menos diminuir o saldo de compromisso com cartão de crédito ou cheque especial, em que os juros são mais altos”, avalia o professor.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, o contribuinte deve tomar cuidado, pois não sabe de antemão se cairá na malha fina. Nesse caso, não receberá a restituição no prazo programado e não terá como quitar a dívida  a solução será fazer outro empréstimo, só que com juros mais altos.

“Não é possível ter certeza se a pessoa vai ou não cair nas garras do Leão. Por isso o meu conselho é que, se a intenção é adiantar os valores em bancos, procure um contador e peça para que ele passe um pente fino na sua declaração, para reduzir a probabilidade de ficar na malha fina e assim evitar pagamento de mais juros”, destaca Domingos.

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Michel Viriato, do Insper, concorda com o risco de antecipar a restituição. “É uma expectativa de recebimento que pode ou não se concretizar no prazo esperado”, alerta.

As cinco principais instituições financeiras do país têm a opção de antecipar os valores da declaração com taxas que variam entre 1,79% e 4,36% ao mês  os juros do cartão de crédito atingiram 334,5% ao ano em março e os do cheque especial chegaram a 324,7%. “A antecipação depende da situação financeira de cada pessoa. Se tem estouro no cheque especial, com certeza vale a pena”, destaca Domingos.

Opções

No Banco do Brasil, é possível antecipar 100% do valor da restituição, limitado ao valor de 20.000 reais. Há taxa de juros a partir de 1,89% ao mês e o pagamento deve ser feito quando o crédito entrar na conta ou até 15 de janeiro de 2019.

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O Bradesco libera até 100% do montante, desde que não ultrapasse 50.000 reais. O porcentual cobrado começa em 1,79% ao mês.

A Caixa permite antecipar até 75% do total, fixado em até 30.000 reais. Os juros são a partir de 2,10% ao mês.

No Itaú, os porcentuais partem de 3,13%, com empréstimo limitado a 10.000 reais. No Santander, as taxas variam entre 1,99% e 4,36% ao mês.

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