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Apagão no Norte e Nordeste foi causado por falha em linha

Também foram atingidos pelo corte automático de energia os consumidores nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil

Por Reuters Atualizado em 22 mar 2018, 01h31 - Publicado em 21 mar 2018, 19h52

Uma falha na linha de transmissão que conecta a hidrelétrica de Belo Monte ao sistema elétrico gerou um apagão de grandes proporções no Brasil nesta quarta-feira com maiores impactos no Norte e no Nordeste, mas com desligamentos registrados em todas as regiões do país.

O apagão teve início por volta de 15h40, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e no Norte e Nordeste o fornecimento ainda não estava normalizado até o início da noite. Ficaram sem luz localidades do Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Amapá, Pará, Maranhão, Bahia e Tocantins. 

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que o chamado “linhão” que leva a energia de Belo Monte do Norte ao Nordeste “caiu” e deu início a problemas em série no sistema elétrico do país. “Essa linha foi inaugurada recentemente e vinha operando não na sua capacidade total. Houve uma subida de carga, que era condizente com o porte da linha, e a linha ‘saiu’ (de operação). Nós não temos ainda a informação oficial, o ONS está focado em restabelecer o fornecimento”, afirmou ele a jornalistas.

O linhão de Belo Monte começou a operar no final do ano passado e é de responsabilidade da estatal Eletrobras e da chinesa State Grid. As empresas não responderam de imediato a pedidos de comentário sobre o apagão.

O ONS já havia registrado no final de janeiro um blecaute com impactos em todas as regiões devido a um “desligamento automático” no linhão de Belo Monte, um empreendimento que utiliza uma tecnologia de ultra-alta tensão até então inédita no país. Em nota, a empresa Norte Energia informa que o apagão que atinge as regiões Norte e Nordeste do país não foi originado pela usina de Belo Monte. “A usina também foi afetada pela falha ocorrida.”

DISJUNTOR

Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), o problema aconteceu especificamente no disjuntor da subestação de Xingu, que é responsável pelo escoamento de praticamente toda a geração da usina de Belo Monte. As causas da falha, que afetou mais de 70 milhões de pessoas, estão sendo apuradas e devem ser conhecidas em 10 a 15 dias.

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De acordo com o diretor-geral da ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira, a falha provocou a separação dos subsistemas Norte e Nordeste. No Norte, que exporta energia para o Nordeste, o excesso de energia levou ao desligamento das usinas de geração, o que atrasou ainda mais a recomposição na região Nordeste, que hoje importa energia.

“Tivemos praticamente um colapso nessas duas regiões. Com 30 circuitos desligados. Apenas Acre, Roraima e Rondônia não foram afetados porque não estão ligados ao sistema integrado. Alguns circuitos do Sul e Sudeste também tiveram que ser desligados, mas por poucos minutos, já que havia energia suficiente no sistema para atender essas duas regiões”, resumiu o diretor-geral da ONS.

NO ESCURO

Segundo o ONS, o apagão desta quarta teve início por volta de 15h40, com o desligamento de 22,5% da carga de energia do sistema interligado brasileiro e impacto principalmente no Norte e no Nordeste.

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O problema nessas regiões, no entanto, levou posteriormente um corte automático da energia também para consumidores nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

A queda de energia paralisou semáforos e também afetou a circulação de trens e metrôs. O comércio também teve que fechar mais cedo. De acordo com a Infraero, alguns aeroportos, como o de Salvador, sofreram com o apagão, mas a queda não afetou as operações de pouso e decolagem, pois os geradores de energia foram acionados.

Em Pernambuco, assim como no Ceará e na Bahia, o serviço de metrô foi afetado e os trens pararam, deixando milhares de passageiros sem transporte.

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O diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, afirmou que houve “praticamente um colapso” do sistema no Norte e Nordeste. Ele ressaltou, no entanto, que os impactos nas demais regiões do país foram menores e o restabelecimento aconteceu rapidamente.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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