Apoiar o esporte pode diminuir o valor do imposto de renda
Pessoas físicas podem deduzir até 7% do imposto devido por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Confira como funciona

Entre os gastos que podem ser deduzidos do Imposto de Renda, cuja temporada de entrega da Declaração de IRPF vai até o fim de maio, estão despesas com saúde, educação, previdência privada e pensão alimentícia. Além disso, quem apoia o esporte através da Lei de Incentivo ao Esporte (Lei nº 11.438/06) também pode abater do imposto valores destinados a doações e patrocínios de projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo governo.
“Criada para fomentar a prática esportiva no Brasil, a Lei de Incentivo ao Esporte permite que pessoas físicas e empresas tributadas pelo Lucro Real deduzam do Imposto de Renda quantias direcionadas a projetos aprovados pelo Ministério da Cidadania”, explica Vanessa Lannibelli, da CCLA Advogados.
As doações são contribuições sem expectativa de retorno financeiro, permitindo que pessoas físicas deduzam até 7% do imposto devido. Já o patrocínio, realizado por empresas, configura um investimento direcionado a eventos, atletas ou equipes, possibilitando a dedução de até 2% do IRPJ.
“Essa lei é uma ferramenta estratégica para que empresas contribuam com o desenvolvimento esportivo do país, ampliando projetos e democratizando o acesso ao esporte”, afirma Vanessa Pires, CEO da Brada, consultoria especializada em conectar investidores a iniciativas de impacto social.
O impacto do incentivo
Desde pequenos projetos sociais até grandes clubes de futebol, a Lei de Incentivo ao Esporte tem sido um motor para expandir o acesso à prática esportiva. Confira alguns exemplos de iniciativas beneficiadas:
A Associação Encaminhando é focada na gestão de projetos financiados por incentivos fiscais e destaca no segmento esportivo. Seu principal programa, o “Na Atividade”, promove ginástica recreativa e já impactou mais de 620 pessoas em Mangaratiba e Itaguaí (RJ). O projeto gerou 70 empregos e organizou 60 eventos voltados à inclusão social.
“Utilizamos oficinas esportivas como ferramentas de transformação social. O esporte vai além do lazer: ele promove desenvolvimento pessoal e inclusão”, afirma Cleverson Dutra, diretor de projetos da entidade.
Em Minas Gerais, o Contagem Towers, bicampeão mineiro de basquete masculino, usa os recursos captados para formar jovens atletas e promover conscientização sobre os riscos do uso de álcool e drogas. Desde sua criação, o projeto já beneficiou mais de 600 jovens.
“Nossa missão é oferecer novas oportunidades e transformar vidas por meio do esporte”, diz Wanderson Trigueiro, coordenador da iniciativa. Atualmente, o programa atende 150 atletas, com equipes que competem em torneios estaduais e nacionais.
Clubes de futebol também utilizam a Lei de Incentivo ao Esporte para investir na formação de jogadores. Times como Santos, Flamengo e Atlético Mineiro e o Cuiabá destinam parte do imposto devido ao fortalecimento de suas categorias de base. “O desenvolvimento de jovens talentos depende de estrutura e capacitação. A possibilidade de direcionar parte do IR para isso permite que torcedores apoiem diretamente o futuro do clube”, afirma Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá.
“Os projetos habilitados para captar recursos são publicados no Diário Oficial da União. Empresas podem conhecê-los por meio de captadores de recursos, que conectam investidores a iniciativas esportivas”, explica Anderson Rubinatto, CEO da Goolaço, empresa especializada em marketing esportivo.A lista completa de projetos aptos a receber investimentos pode ser consultada no site do Ministério do Esporte: lista de projetos aptos.