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Após crítica de Bolsonaro, IBGE defende metodologia para medir desemprego

Depois de o presidente dizer que índice 'parece feito para enganar', órgão afirma que metodologia segue normas internacionais e se diz 'aberto a sugestões'

Por Da redação
Atualizado em 2 abr 2019, 19h21 - Publicado em 2 abr 2019, 18h32
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  • O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) defendeu a metodologia que utiliza para aferir a taxa de desemprego no país. Segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), 13,1 milhões de pessoas estavam desempregadas no trimestre encerrado em fevereiro. “A metodologia adotada segue as recomendações dos organismos internacionais, em especial a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o intuito de garantir a comparabilidade com outros países”, informou o IBGE, em nota.

    Durante visita á Israel, o presidente Jair Bolsonaro criticou o método usado pelo instituto. “Com todo respeito ao IBGE, essa metodologia, em que pese ser aplicada em outros países, não é a mais correta. (…) Tenho dito aqui, fui muito criticado, volto a repetir, não interessam as críticas. Tem de falar a verdade”, disse o presidente  em entrevista à TV Record. 

    O IBGE informou ainda que “o instituto está aberto a sugestões e se coloca à disposição do governo e dos cidadãos para esclarecimentos a respeito do seu trabalho”. 

    Segundo o órgão, a pesquisa investiga as condições do mercado de trabalho do país “a partir de uma amostra com mais de 210 mil domicílios, distribuídos por cerca de 3.500 municípios. A amostra é visitada, a cada trimestre, por cerca de 2.000 agentes de pesquisa”. A Pnad Contínua levanta informações sobre os trabalhadores do país, inclusive aqueles sem vínculo de trabalho formal.

    “A Pnad Contínua monitora o número de pessoas desocupadas no país, isto é, aquelas que não têm emprego e estão em busca de uma ocupação: em fevereiro deste ano, o Brasil tinha 13,1 milhões de pessoas nessa condição. Além disso, também são investigadas as diversas formas de subutilização da força de trabalho, um universo com quase 28 milhões de pessoas em diferentes situações precárias, incluindo os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e, ainda, aqueles que necessitam e gostariam de poder buscar um emprego, mas não conseguem, por terem que cuidar de crianças ou de pessoas idosas, por exemplo. Sem mencionar os chamados desalentados, aqueles que desistiram de buscar uma ocupação. Em fevereiro último, o país tinha 4,9 milhões de pessoas nessa condição”, informa a nota.

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    Críticas

    Bolsonaro afirmou ainda que a taxa de desemprego do IBGE parece ser feita “para enganar a população”. “Como é feita hoje em dia a taxa? Leva-se em conta quem está procurando emprego. Quem não procura emprego, não está desempregado. (…) Então, quando há uma pequena melhora, essas pessoas que não estavam procurando emprego, procuram, e, quando procuram e não acham, aumenta a taxa de desemprego. É uma coisa que não mede a realidade.”

    Segundo o presidente, “é fácil ter a metodologia precisa no tocante à taxa de desemprego”. “É você ver dados bancários, dados junto à Secretaria de Trabalho, quantos empregos geramos a mais ou a menos no mês”, afirmou.

    Em outubro do ano passado, Bolsonaro já havia classificado a metodologia de cálculo de desemprego do IBGE como “farsa”. À época, na condição de presidente eleito, ele disse à TV Bandeirantes que pretendia mudar a metodologia da entidade para calcular a taxa de desemprego porque os beneficiários do Bolsa Família são contabilizados como empregados. Como resposta, o IBGE divulgou nota na qual afirmava que o levantamento segue padrões internacionais.

    (Com Estadão Conteúdo)

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