Depois da aprovação da reforma da Previdência, o governo vai acelerar as privatizações, anunciou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira, 22, durante evento em Brasília. Segundo ele, o objetivo da medida é gerar receita para pagar os juros da dívida.
“Por enquanto não tem peixe grande (nas privatizações), só coisinha pequena aqui, concessões ali. Daqui a pouco vão entrar os grandes. Está tudo sendo preparado”, disse o ministro, sem citar quais empresas estatais passariam pelo processo de privatização.
Segundo o ministro, a meta é gerar 20 bilhões de dólares (aproximadamente 80,6 bilhões de reais) em receitas com as privatizações. Com as concessões até o momento, houve a arrecadação de 11 bilhões de dólares (44,3 bilhões de reais).
Guedes ressaltou que os gastos com pagamento de juros da dívida alcançarão 360 bilhões de reais este ano, ficando apenas atrás dos 750 bilhões de reais em despesas previdenciárias nas rubricas com maior peso orçamentário. Com a venda de estatais, será possível imprimir outra dinâmica a essas obrigações.
“Com as privatizações, vamos travar essa despesa (com juros da dívida), que para o Brasil é uma vergonha”, afirmou ele.
Reforma da Previdência
O ministro comparou a reforma da Previdência a uma cirurgia, que ninguém gosta de fazer, mas é necessária. Segundo o ministro, as alterações no sistema previdenciário são consideradas cruciais para o reequilíbrio das contas públicas.
Apesar de o governo do presidente Jair Bolsonaro não contar com base aliada constituída no Congresso, Guedes afirmou que não pode concordar com nenhuma leitura pessimista do momento brasileiro, expressou confiança na aprovação da reforma previdenciária e fez elogios ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por seu papel de protagonismo nesse processo.
“Como é que eu vou dizer que a classe política não está fazendo a parte dela? Vai fazer a parte dela, eu estou seguro que vai fazer a parte dela. E acho que vai ser uma reforma de 1 trilhão (de reais) de economia em dez anos”, disse. Segundo Guedes, é obrigação do governo dizer que é preciso “reformar para garantir”.
(Com Agência Brasil e Reuters)