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Após turbulência, Reino Unido suspende corte de impostos

A medida tinha como objetivo impulsionar o crescimento, estagnado há uma década, mas era vista com temor pelo risco inflacionário e de endividamento do país

Por Luana Zanobia Atualizado em 3 out 2022, 19h52 - Publicado em 3 out 2022, 11h17

O Reino Unido anunciou nesta segunda-feira, 3, a suspensão do corte de impostos após a turbulência causada no mercado com a libra atingindo a mínima histórica perante ao dólar. A medida endereçada pela primeira-ministra britânica Liz Truss tinha como objetivo impulsionar o crescimento do país, estagnado há uma década, por meio de estímulos fiscais.

O plano de estimular a economia em um momento que enfrenta a maior inflação em 40 anos era bastante controverso e vinha causando enorme temor no mercado, tanto que as expectativas de elevações na taxa de juros saltaram nas últimas semanas, com os investidores precificando um aumento de 1 ponto percentual.  “A abolição da alíquota de 45% (que cairia para 40% aos mais ricos) havia se tornado uma distração de nossa missão de fazer a Grã-Bretanha se mover”, disse Truss pela Twitter. “Nosso foco agora é construir uma economia de alto crescimento que financie serviços públicos de classe mundial, aumente os salários e crie oportunidades em todo o país”, pontuou.

Na última semana, a libra atingiu o menor valor histórico da moeda em relação ao dólar dias após o plano ser anunciado. A queda fez a moeda alcançar a paridade com a moeda norte-americana, com a cotação de 1 dólar para 1 libra.

O plano era o maior corte de impostos desde 1972, mas vinha gerando temor pelas perspectivas de maio pressão inflacionária e riscos de endividamento do país. A renúncia de receita era a maior em 50 anos, desde o governo de Edward Heath, que foi marcado por inflação e a contratação de uma enorme dívida, levando o país a pedir resgate ao Fundo Monetário Internacional. O corte de impostos e o teto estabelecido pelo governo nos preços de energia custariam cerca de 161 bilhões de libras para os cofres públicos nos próximos cinco anos. Apesar da renúncia do corte de impostos, o governo não deve recuar na medida que limita o preço de energia.

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