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As apostas do governo para destravar os investimentos no Brasil

Haddad participou do Safra Macro Day, moderado pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, diretor de estratégia econômica e relações com mercados do Safra

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 abr 2025, 10h48 - Publicado em 28 abr 2025, 10h35

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil tem condições de impulsionar o crescimento econômico a partir de vetores como concessões, infraestrutura digital e a melhora no ambiente de crédito. O ministro também citou a necessidade de estabilidade fiscal para que o país cresça dizendo que será possível ter menos impulso fiscal em troca de mais investimento e mais consumo privado.

Nesta segunda-feira, 28, o ministro  participou de painel no Safra Macro Day, moderado pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy,  diretor de estratégia econômica e relações com mercados do Safra. Haddad destacou que o país “vem subinvestindo há muito tempo”, mas que há um conjunto de projetos “com boas, para dizer o mínimo, boas taxas de retorno” que podem sair da gaveta com as políticas já em curso.

“Eu considero que podemos melhorar ainda mais”, disse. O ministro também mencionou que o cenário geopolítico global pode gerar incertezas, embora tenha avaliado que parte dessas turbulências deve ser endereçada ainda este ano.

Entre os vetores impulsionar os investimentos, o ministro citou:

  • Aceleração das concessões, com expectativa de 30 a 35 novos contratos apenas no Ministério dos Transportes, contra apenas seis no governo anterior. “O Renan Filho (ministro dos Transportes), que é um querido amigo, ele pode concluir esse mandato com alguma coisa em torno de 35, fora as repactuações de contratos com o auxílio ali do Tribunal de Contas, que estavam praticamente paralisadas. Vamos esquecer esses contratos, vamos falar só das novas concessões. Nós podemos estar falando de 30, 35 concessões contra seis do período anterior”, disse.

  • Aperfeiçoamento do marco legal de PPPs e concessões. O ministro lembrou que participou da construção da atual lei no primeiro mandato de Lula. “Fizemos, na minha opinião, um trabalho que se justificou do tempo. Porque de lá para cá, a quantidade de parcerias público-privadas que foram feitas no Brasil se deve ao marco regulatório de 20 anos atrás. Então podemos aperfeiçoá-lo ainda mais agora”, disse Haddad.

  • Lançamento do marco regulatório para Data Centers, para reduzir a dependência de serviços de TI externos e atrair investimento em infraestrutura digital.  “Nós somos deficitários na balança de serviço. Nós contratamos 60% da nossa TI fora do país, o que significa não apenas remessa de dólares para fora, mas subinvestimento no Brasil”, disse. Haddad disse que o Brasil é um país que detém as melhores vantagens competitivas em relação à data center, sobretudo no que diz respeito ao cabeamento que já existe no Brasil. “Compara com os nossos vizinhos aqui, não tem ninguém com o nosso cabeamento instalado. Temos o melhor vento, a melhor insolação, podemos trazer para cá investimentos em energia limpa, fazer os Data Centers do lado da energia limpa, com custos de transmissão baixíssimos”, disse o ministro, afirmando que isso atrairia muitos investimentos para o país.

  • Reformas no crédito, como o programa Desenrola, o novo marco de garantias e o Programa Acredita, que dá crédito para comprar imóveis, facilitar o pagamento de dívidas de pequenos negócios (como MEIs e pequenas empresas) e também incentiva investimentos em projetos sustentáveis no Brasil.Essa são iniciativas, que segundo Haddad, tem força para para reduzir spreads e facilitar acesso ao crédito privado. “Você tem  iniciativas que começaram com o Desenrola, passaram pelo marco de garantias, pelo Acredita, e chega agora com o Consignado Privado, e uma agenda ainda, já no Congresso Nacional, para novos instrumentos financeiros para baratear o crédito”, disse.

  • Estabilidade fiscal, que segundo ele cria o ambiente adequado para o crescimento puxado por consumo e investimento privado, sem necessidade de impulsos fiscais adicionais. “Do meu ponto de vista, eu acho que respondo pela área econômica do governo do presidente Lula, é de que nós podemos fazer um switch bom, menos impulso fiscal em troca de mais investimento e mais consumo privado”, disse o ministro, que sabe que as projeções do governo apontam que o país vai enfrentar um apagão orçamentário em 2027.

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