Ata do Copom e a convicção sobre as novas altas de juros
Abertura de mercado: Juros em alta drenam recursos da bolsa brasileira em prol da renda fixa

O Copom divulgou a ata da reunião em que decidiu subir a taxa de juros em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Ainda mais importante do que a elevação passada é a sinalização de que poderão ocorrer dois novos aumentos da mesma magnitude, elevando a Selic a 14,25%.
Acontece que o Banco Central vive um momento crucial de troca de comando. Investidores desconfiam que a decisão tenha sido unânime para a subida de juros que já ocorreu, mas têm menos convicção sobre os próximos passos, que é justamente quando Campos Neto não estará mais à frente da autarquia. Daí porque a leitura da ata será especialmente importante nesta manhã.
Desde a divulgação da alta da Selic, na semana passada, a bolsa brasileira despencou 4,66%, e se prepara para ter o pior quarto trimestre em uma década, de acordo com Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. Juros em alta drenam recursos da bolsa brasileira em prol da renda fixa. Além disso, Brasília está em sua última semana de trabalho do ano. Por lá, deve ser votada hoje a regulamentação da reforma tributária na Câmara, mas há menos consenso sobre o pacote de corte de gastos.
O EWZ, o fundo negociado em Nova York que indica a tendência para o Ibovespa, recua 0,52% nesta manhã.
E o exterior não tem ajudado. Os futuros das bolsas americanas amanhecem em baixa, com investidores à espera da decisão de corte de juros do Fed, que ocorre amanhã. O receio é de que esse seja o último corte do ciclo, isso porque a economia continua robusta e pode voltar a ser estimulada a partir de 2025, com medidas prometidas por Donald Trump em sua volta à Casa Branca.
Agenda do dia
10h30: EUA anunciam vendas no varejo em novembro
11h: Galípolo e Picchetti terão reunião com S&P
11h15: EUA divulgam produção industrial de novembro
Câmara vota hoje a regulamentação da reforma tributária
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