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Ata do Copom sinaliza que subida da Selic deve continuar em 2022

BC quer juros "significativamente contracionista", o que indica ajustes de 1 ponto percentual por reunião e término do ciclo de altas no ano que vem

Por Luisa Purchio Atualizado em 28 set 2021, 16h18 - Publicado em 28 set 2021, 11h05
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  • A ata do Copom divulgada na manhã desta terça-feira, 28, endossou a estimativa já feita por diversos analistas financeiros sobre como se dará a alta da Selic daqui para frente. O documento apontou que, até o final do ano, haverá ajustes da mesma magnitude nas próximas duas reuniões, em outubro e em dezembro, o que levará a taxa de juros básica da economia a fechar o ano em 8,25% ao ano. Na última decisão, o Copom elevou a Selic em um ponto percentual, para 6,25% ao ano.

    Já, para o início de 2022, a expectativa é de mais um ajuste na Selic na primeira reunião que acontecerá no início de fevereiro, quando os economistas esperam, então, que haverá um aumento residual de 0,25% ponto percentual. “As projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 8,5% para 2021, 3,7% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,25% ao ano, ao fim de 2021, e para 8,50% ao ano durante 2022, e reduz-se para 6,75 % ao ano em 2023”, informa o documento publicado pelo Banco Central.

    Um dos trechos do documento que reforçam essa expectativa é o que define a estratégia do Banco Central de elevar o juros para um patamar “significativamente contracionista”. “O uso deste termo sugere a intenção da autoridade monetária de estender mais o ciclo de aperto, visando lidar com um quadro inflacionário que segue bastante adverso, ainda que tenha reforçado a intenção de manter o atual ritmo de 1 ponto percentual. Com isso, nossa expectativa de Selic em 8,25% ao final de 2021 permanece compatível com tal indicação, embora um ajuste residual no início de 2022 deva ficar no radar”, diz Silvio Campos Neto, economista da Tendências.

    Apesar de antever estes ajustes, o Copom deixou-os em aberto e ressalvou que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

    A volatilidade de itens que pesam na inflação, além das incertezas sobre o ritmo de recuperação da economia global após a pandemia continuam no radar dos economistas do Copom, que enfatizaram no documento que “reforçam o benefício de acumular mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques em vigor”.

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    Cenário econômico

    Entre os fatores analisados pelo Banco Central para a decisão de política monetária estão as projeções de inflação, os preços das commodities, o câmbio e o riscos fiscais do país. No cenário internacional, o comitê ponderou a desaceleração de economias asiáticas devido à variante delta da Covid-19, a reabertura das economias, a política monetária e a inflação nos países desenvolvidos. Na economia brasileira, considerou como um ponto positivo a recuperação do PIB e apresentou uma visão otimista sobre a recuperação do segundo semestre, com a retomada do setor de serviços beneficiado pela vacinação.

    Do lado negativo, porém, o comitê apontou riscos à inflação como “uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local”, o que, no entanto, poderia “produzir trajetória de inflação abaixo do cenário básico”. Além disso, pontuou que o risco fiscal segue elevado e contribuindo com estimativas inflacionárias altas e perspectivas de política monetária mais contracionista no longo prazo. “Novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país”, disse o documento.

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