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Ata do Fed confirma 3 altas de juros e títulos do Tesouro nos EUA disparam

Considerados os ativos mais seguros do mundo, o rendimento dos chamados bonds de 10 anos cresceram 13,3% desde o início do ano

Por Luisa Purchio Atualizado em 6 jan 2022, 10h31 - Publicado em 5 jan 2022, 17h16

Nesta quarta-feira, 5, o Federal Reserve Bank, o Banco Central dos Estados Unidos, divulgou a ata da reunião de decisão de política monetária realizada nos dias 14 e 15 de dezembro. Chamado de “Minutes of the Federal Open Market Committee (FOMC)”, o documento confirma a diminuição dos estímulos monetários em 30 bilhões de dólares em janeiro, divulgada na ocasião por Jerome Powell, presidente do Fed, mas acrescenta que programa de compras poderá se encerrar em março de 2022. A ata era muito esperada pelo mercado, já que a política monetária americana influencia mercados em todo mundo.

Desde o começo do ano, diante da expectativa do fim da pandemia e da alta de juros, o rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento em 10 anos, considerados os ativos mais seguros do mundo, dispararam. No dia 30 de dezembro, os juros eram de 1,5%, porém às 16h50 desta quarta-feira, 5, estavam com rendimento de 1,70%, uma alta significativa para este número que é pouco volátil. Não à toa, o índice S&P 500 caía 1,28%, enquanto o Dow Jones tinha retração de 0,61% e a Nasdaq despencava 2,49%. Por aqui, o índice Ibovespa, muito influenciado pelas bolsas americanas também registrava forte queda, de 2,55%. Com juros mais altos nos EUA, a procura do mercado por risco é menor, o que tende a prejudicar países emergentes como o Brasil.

Sinalizações

Na ata, o FED mostra como será feita a retirada dos estímulos. “Os participantes também esperaram que as condições econômicas iriam evoluir de tal maneira que reduções semelhantes no ritmo de compras de ativos líquidos fossem apropriadas a cada mês subsequente, resultando no fim do compras de ativos líquidos em meados de março, alguns meses antes do que os participantes haviam previsto na reunião de dezembro do FOMC”, disse o documento.

“Diante das elevadas pressões inflacionárias e do fortalecimento do mercado de trabalho, os participantes avaliaram que o aumento na política de acomodação fornecida pelo ritmo contínuo das compras de ativos líquidos não era mais necessário. Eles observaram que uma conclusão mais rápida das compras de ativos líquidos posicionaria melhor o Comitê para definir políticas para abordar toda a gama de resultados econômicos plausíveis”, disse o documento.

Além disso,  a ata confirmou as três altas na taxa de juros em 2022 que vinha sendo precificadas pelo mercado, e mais três altas em 2023. “Com a ômicron, o Fed realmente está vendo nos dados mais recentes o fim da pandemia e está preocupado com o nível alto da inflação. Ao mesmo tempo, o nível de desemprego está muito baixo nos Estados Unidos, o que o leva a reforçar o ritmo de retirada de estímulos”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group.

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