Atraso e cancelamento de voos aumentam e atingem níveis pré-pandemia
São 2 milhões de passageiros com atrasos e cancelamentos até agosto deste ano contra 1,59 milhão no mesmo período acumulado de 2019
O volume de atrasos superiores a duas horas e cancelamentos registrado em agosto já supera os níveis pré-pandemia. Nos oito primeiros meses deste ano, 2 milhões de passageiros foram afetados por cancelamentos nos aeroportos do país, representando 1 em cada 30 passageiros. O índice é superior ao verificado no mesmo período de 2019, quando 1,1 milhão foram atingidos por esse mesmo tipo de evento (1 em cada 44 passageiros). Este tipo de ocorrência, quando não provocado por questões meteorológicas ou de força maior, pode originar pedidos de indenização às companhias aéreas.
Até agosto as companhias aéreas brasileiras transportaram 59,5 milhões de passageiros. O volume ainda é inferior ao verificado no mesmo período de 2019, quando 70,7 milhões de passageiros foram transportados nos aeroportos brasileiros.
Os cancelamentos registrados até agosto também aumentaram. Nos oito primeiros meses deste ano, 1,5 milhão de passageiros foram afetados por cancelamentos nos aeroportos do país, somando 2,6% dos transportados no período, ou 1 em cada 38 passageiros. O índice é superior ao verificado no mesmo período de 2019, quando 1,1 milhão foram atingidos por esse mesmo tipo de ocorrência, totalizando 13,7% do total de passageiros transportados, ou 1 em cada 64 passageiros. Segundo levantamento da AirHelp, 1 em cada 30 passageiros é elegível a pleitear compensação financeira às companhias aéreas no período analisado, desde que o cancelamento tenha realmente causado “sofrimento, estresse ou lesão”. Acontecimentos como faltar a uma consulta médica importante, cancelamento de contrato, demissão, afastamento de um acontecimento de grande relevância emocional, são situações que podem dar lugar a um pedido de indenização perante a companhia aérea. “Entre os principais motivos pelos quais os passageiros brasileiros não reivindicam seus direitos em caso de problemas de voo está a falta de conhecimento sobre como fazer uma reclamação, mas também falta de consciência dos direitos dos passageiros”, diz Luciano Barreto, diretor-geral da AirHelp no Brasil.