Autônomos no Brasil trabalham mais e ganham menos, aponta IBGE
Pesquisa revela que autônomos trabalham 45 horas por semana, enquanto média nacional é de 39 horas semanais

Os trabalhadores autônomos do Brasil dedicam mais tempo às suas atividades profissionais em comparação a empregados celetistas e empregadores, mas ganham menos, mostra uma recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Durante o quarto trimestre de 2024, os autônomos trabalharam, em média, 45,3 horas por semana, enquanto a média nacional de horas trabalhadas semanalmente é de 39,1 horas.
A média nacional engloba os celetistas, incluindo trabalhadores domésticos, que trabalham em média 39,6 horas semanais, e os empregadores, que trabalham cerca de 37,5 horas por semana. Os trabalhadores familiares auxiliares, que ajudam em atividades econômicas de parentes sem remuneração, trabalham em média 28 horas semanais.
Embora passem mais tempo em suas atividades profissionais, os autônomos recebem o menor salário entre as categorias analisadas. Enquanto o rendimento médio do brasileiro foi de 3.215 reais no último trimestre do ano passado, os trabalhadores por conta própria ganharam em média 2.682 reais. Em comparação, os empregados tiveram um salário médio de 3.105 reais, e os empregadores lideraram com 8.240 reais.
De acordo com a análise do IBGE, a disparidade salarial pode ser atribuída à falta de benefícios trabalhistas e à instabilidade financeira que muitas vezes acompanha o trabalho autônomo. Além disso, a capacidade de gerar dinheiro pode variar significativamente entre diferentes setores e regiões do país. Mesmo assim, o avanço da tecnologia e a crescente popularidade do trabalho remoto vêm gerando novas oportunidades para esses profissionais, com melhora das condições de trabalho e da renda.
O estudo ainda aponta que, na cidade de São Paulo, por exemplo, os trabalhadores por conta própria têm a maior carga horária, com uma média de 46,9 horas semanais. No Rio Grande do Sul e no Ceará, as médias são de 46,5 e 46,2 horas, respectivamente. Entre os empregados, São Paulo novamente lidera com 40,7 horas semanais, seguido por Santa Catarina e Mato Grosso.