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Banco Central anuncia 1ª venda de dólares à vista desde a crise de 2009

Instituição anuncia mudanças em sua forma de atuar no mercado de câmbio; de 21 a 29 de agosto, fará oferta de lotes diários de até US$ 550 milhões

Por da Redação
14 ago 2019, 21h40
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  • O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 14, mudanças em sua forma de atuar no mercado de câmbio e vai passar a vender dólares à vista das reservas internacionais. Esse tipo de operação não ocorria desde 2009, quando a economia global enfrentava os efeitos da crise financeira internacional. A autoridade monetária informou também que irá oferecer ao mercado contratos de swap cambial. A mudança tem como objetivo fazer uma troca de posição cambial em contratos de swap tradicional por dólares à vista, formalizando um novo modelo de intervenção cambial para aprimoramento do uso dos instrumentos disponíveis. O uso desses dois mecanismo são instrumentos que servem de proteção cambial.

    O BC informou que, de 21 a 29 de agosto, fará ofertas simultâneas de 550 milhões de dólares à vista e de igual montante em contratos de swap cambial reverso. A atuação simultânea visa trocar, por dólar à vista, um total de 3,8445 bilhões de dólares em swaps cambiais tradicionais que expiram em outubro e que ainda não foram rolados pela instituição. O estoque atual de swaps cambiais tradicionais do BC no mercado totaliza 68,863 bilhões de dólares. As reservas internacionais somam 388,418 bilhões de dólares (pelo conceito liquidez internacional).

    A decisão do Banco Central de migrar posição cambial em derivativos para o mercado à vista já vinha sendo ventilada nos últimos meses, inclusive por meio do aumento das ofertas de linhas de dólares com compromisso de recompra. A mudança na estratégia de atuação foi anunciada após o fechamento dos mercados. O dólar encerrou esta quarta-feira, 14, acima de 4 reais pela primeira vez desde maio, puxado por uma onda de aversão a risco no exterior, por temores de recessão global.

    Segundo o BC, essas operações não afetarão a posição cambial líquida da autoridade monetária. “O Banco Central do Brasil enfatiza que esta atuação não altera sua política cambial, pautada no câmbio flutuante, sem prejuízo da atuação da autarquia em busca da manutenção do regular funcionamento do mercado. Trata-se de aperfeiçoamento no uso dos instrumentos à sua disposição para atuação no mercado de câmbio, como parte da Agenda BC#, tendo em conta as condições presentes neste momento no mercado”, informou, em comunicado.

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    A última vez que a autoridade monetária ofereceu dólares à vista sem compromisso de recompra, em fevereiro de 2009, o câmbio vivia ainda os solavancos causados pela crise financeira deflagrada em setembro do ano anterior que causou escasseamento de liquidez nos mercados globais. No caso dos contratos de swap cambial reverso, a última vez que o BC os ofertou foi em novembro de 2016, quando a autarquia passou a fazer leilões de rolagem de swaps tradicionais a fim de conter a volatilidade cambial derivada da eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.

    Os swaps cambiais reversos “anulam” a posição do mercado em contratos de swap cambial tradicional. Enquanto no swap tradicional o BC paga ao mercado a variação da taxa de câmbio mais uma taxa de juros em dólar (cupom cambial) – na prática, provendo dólares ao mercado –, no swap reverso é a autoridade monetária que recebe a oscilação da moeda norte-americana, pagando ao mercado a variação do juro em reais.

    (Com Reuters)

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