Antes de vir à tona a delação da JBS, que estremeceu o país, empresas de Joesley Batista ganharam uma bolada apostando na contramão do mercado. Reportagem publicada em VEJA desta semana revela que quatro companhias do grupo J&F, dona da JBS, realizaram quase 3 bilhões de dólares em operações de câmbio e juros — que renderam um ganho de cerca de 600 milhões de reais. Essas transações chamaram a atenção do Banco Central (BC), que encontrou indícios de crime de informação privilegiada. Por isso, conforme manda a lei, a entidade monetária enviou no último dia 29 de maio um comunicado de crime ao Ministério Público Federal de São Paulo.
Executivos do grupo J&F sabiam que as suas revelações poderiam surpreender a todos e alterar os rumos do mercado. Por isso, resolveram se antecipar. A própria empresa, que tem negócios no exterior e dívidas atreladas ao dólar, divulgou um comunicado admitindo ter realizado operações com câmbio. Procurado, o BC afirma que não comenta ações de supervisão e nem caso específico. Os detalhes das transações financeiras atípicas também foram enviados pela entidade monetária à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável pela fiscalização do mercado de capitais, que já abriu 10 investigações ligadas ao caso JBS.
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