Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Banco Central surpreende e corta Selic em 0,75 ponto

Taxa básica de juros da economia cai pela sétima vez consecutiva e vai a 3% ao ano, a nova mínima histórica; Copom indica que fará mais uma redução

Por Alessandra Kianek Atualizado em 6 Maio 2020, 19h32 - Publicado em 6 Maio 2020, 18h15
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a sua política monetária de trajetória descendente dos juros e reduziu pela sétima vez consecutiva a Selic, a taxa básica da economia brasileira. O corte anunciado nesta quarta-feira, 6, foi de 0,75 ponto percentual e surpreendeu boa parte dos economistas, que esperavam uma redução menor. A Selic está agora no nível de 3% ao ano, a nova mínima histórica. O ajuste monetário ocorre em um momento em que a economia brasileira, e a mundial, enfrenta uma das piores crises da história, causada pela pandemia do novo coronavírus, que levou ao isolamento social e paralisou as atividades no planeta. “Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 3,00% ao ano. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021”, informou a autoridade monetária, em comunicado.

    A economista-chefe do banco Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, ex-secretária do Tesouro Nacional e ex-secretária-executiva do Ministério da Fazenda no governo Michel Temer, afirma que o corte realizado pelo Copom nesta quarta-feira vem em linha com o espaço que existe para a redução da taxa de juros. “Entendemos que esse passo tem de ser cauteloso e prudente, até em função do balanço de riscos que tem de ser observado”, completa. Neste momento, mesmo a Selic estando no menor patamar da história, ela sozinha não conseguirá estimular a economia, mas será útil para quando a economia começar a ensaiar uma recuperação. “Todos os atores da economia, que estão neste momento com dificuldades de produzir, de vender e de consumir, vão ganhar tempo com os juros baixos e não terão a evolução de seus passivos de forma tão rápida ao ponto de inviabilizar a empresa. O juro baixo concede tempo para esperar a crise passar e reorganizar a economia”, explica Vescovi.

    A decisão do Copom foi baseada no impacto recessivo da Covid-19 sobre a economia, o que tem reduzido os índices de inflação neste momento. Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, foi de 0,07%, a menor taxa para o mês desde 1995. Economistas já começaram a rever fortemente a previsão de alta dos preços deste ano para cerca de 2%, bem abaixo do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4%. Com o cenário de inflação baixa, especialistas preveem mais uma redução, ao menos, da Selic neste ano, na próxima reunião, que acontecerá em 17 de junho. E o Banco Central deixou claro no comunicado que fará um novo ajuste: “Para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19″.

    Entretanto, o BC vê alguns pontos que podem pressionar a inflação no futuro, permanecendo fatores de risco em ambas as direções. “Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado. Esse risco se intensifica caso a pandemia provoque aumentos de incerteza e de poupança precaucional e, consequentemente, uma redução da demanda agregada com magnitude ou duração ainda maiores do que as estimadas. Por outro lado, políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país de forma prolongada, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco e gerar uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, explica o Copom, em seu comunicado.

    No mercado financeiro, as apostas para um corte mais profundo da Selic aumentaram ao longo da semana. Nesta quarta, os contratos de maio e junho de 2020 de Depósitos Interbancários (DI) fecharam com uma taxa de juros de 3,07% e 2,97% ao ano, respectivamente. Isso indicava que alguns analistas macroeconômicos de corretoras e bancos previam um corte de 0,75 ponto percentual, e não apenas de 0,5 ponto percentual.

    Continua após a publicidade

    A Selic é usada como referência para todas as outras taxas de juros do mercado brasileiro e serve como instrumento de política monetária para controlar a inflação e estimular o consumo. Com a Selic em baixa, o crédito pode ficar mais barato, estimulando compras e, assim, aquecendo a economia. A sequência de cortes começou em julho de 2019, após a taxa ficar estável em 6,5% ao ano durante 18 meses.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.