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Banco Central vê redução de risco externo sobre a inflação

Lentidão na aprovação das reformas como a da previdência e a tributária pode elevar o grau de incerteza sobre o futuro da economia

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 nov 2018, 16h11 - Publicado em 6 nov 2018, 09h12
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  • A atenuação de instabilidades do mercado internacional deve criar um cenário mais benigno para a inflação no curto prazo, segundo indicou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na última quarta-feira 31, o Copom decidiu manter em 6,5% ao ano a taxa básica de juros (Selic).

    De acordo com a ata, a lentidão na aprovação das reformas estruturais, como a da previdência e a tributária, podem elevar o grau de risco da economia e elevar a trajetória de inflação. Isso seria intensificado em caso deterioração do cenário externo para economias emergentes. No entanto, o Copom afirma que “o grau de assimetria do balanço de riscos diminuiu desde sua reunião anterior”  ou seja, o risco externo já não é tão elevado como ele havia previsto.

    Os dois pontos citados na ata eram os principais fatores de elevação da inflação no curto e médio prazo. Neste ano, o presidente americano, Donald Trump, entrou em rota de colisão com seu maior parceiro comercial, a China. Ambos estabeleceram sobretaxas sobre os produtos importados para tentar resguardar as produções internas. Isso criou um cenário pessimista para o comércio mundial, o que afetou países emergentes, como Turquia, Argentina e, também, o Brasil.

    Com a indicação do Copom de que esses riscos estão menores, diminui a expectativa de elevação da Selic em um futuro próximo. Segundo economistas consultados pelo Banco Central, cujas projeções estão compiladas no Boletim Focus, a taxa básica de juros deve terminar 2018 em 6,5% e 2019 em 8%.

    De acordo com o Copom, a trajetória de inflação só deve apresentar uma aceleração dos preços até a metade de 2019. Porém, logo depois, voltará a convergir para o centro da meta. O Copom prevê que a inflação fique em torno de 4,4% em 2018, 4,2% em 2019 e 4,1% em 2020. A maior preocupação para o próximo ano são os preços administrados, que podem sofrer relevante impacto de choques cambiais – principalmente no caso dos combustíveis. “As projeções para a inflação de preços administrados são de 7,3% para 2018, 5,4% para 2019 e 4,1% para 2020.”

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    “Os membros do Copom analisaram a trajetória da inflação nos próximos meses. Essa trajetória deverá produzir elevação da inflação acumulada em doze meses, até atingir um pico por volta do segundo trimestre de 2019. A partir de então, a inflação acumulada em doze meses deverá recuar ao longo do resto de 2019, em direção à meta”, diz a ata.

    Como no comunicado anterior, o Copom não informou qual o viés para as próximas decisões. “Os membros do Copom reforçaram a importância de enfatizar seu compromisso de conduzir a política monetária visando a manter a trajetória da inflação em linha com as metas. Isso requer a flexibilidade para ajustar gradualmente a condução da política monetária quando e se houver necessidade.”

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