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Banco do Brasil negocia crédito de R$ 6,5 bilhões para o Rio

Operação envolve restruturação da dívida do estado com bancos e privatização da empresa de saneamento estatal

Por Da redação
Atualizado em 12 jan 2017, 09h06 - Publicado em 12 jan 2017, 08h37
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  • O Banco do Brasil negocia empréstimo de 6,5 bilhões de reais ao Rio de Janeiro para ajudar o governo do Estado a sair da situação atual de caos financeiro. Uma ampla reestruturação da dívida do estado com bancos credores também faz parte das negociações do acordo de emergência, que precisa ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

    As ações de auxílio ao Rio neste ano somariam 20 bilhões de reais, sendo que cerca de metade desse valor seria correspondente à redução de custos, segundo o jornal O Globo. O impacto das medidas até 2020 seria de 50 bilhões de reais, afirma a publicação carioca.

    A estimativa ainda preliminar é de uma reestruturação de 6 bilhões de reais em dívidas que vencem só este ano. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, a reestruturação vai prever a suspensão do pagamento de principal e juros durante o período de vigência do Regime de Recuperação Fiscal (RFF) previsto para durar três anos.

    O financiamento do BB, que pode contar com a participação de outros bancos, terá a garantia da União. A operação e a reestruturação da dívida fazem parte das linhas gerais do acordo que o Ministério da Fazenda fechou ontem com o governo fluminense e que será concluído na próxima semana pelas equipes técnicas.

    A privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) fará parte do acordo, segundo uma integrante da equipe econômica. Apesar da resistência do governo estadual, a Fazenda não abriu mão da privatização da estatal para garantir o fechamento das contas nos próximos anos. Será feita uma avaliação do valor da empresa, que pelos cálculos preliminares poderá ficar entre 4 bilhões de reais e 6 bilhões de reais.

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    Na última quarta-feira, a Cedae informou em nota ao mercado que suas ações poderão ser colocadas em garantia, com possibilidade de venda, para o abatimento da dívida do Estado com a União. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, era contrário à ideia de privatizar a companhia, mas acabou cedendo e admitiu a necessidade de incluir a estatal no acordo. O BNDES já trabalha, inclusive, na modelagem da operação, que está em processo adiantado.

    Os recursos obtidos com a venda da estatal ou receitas de royalties de petróleo do estado poderão ser oferecidos como contragarantias à União no empréstimo a ser concedido BB, segundo informou um integrante da equipe econômica.

    Sem detalhes

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, preferiu não adiantar pontos específicos da negociação, mas admitiu que a concessão de novos empréstimos ao Rio é uma das alternativas estudadas. Nesta quarta-feira, o presidente do BB, Paulo Caffarelli, participou da reunião com Meirelles e Pezão.

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    Havia a expectativa de que a negociação fosse concluída nesta quinta-feira. A base é a proposta de RRF que havia sido encaminhada ao Congresso, mas acabou sendo vetada pelo presidente Michel Temer após os deputados terem derrubado todas as contrapartidas de ajuste fiscal que seriam cobradas do estado que aderisse ao programa. Mas a conclusão foi de que não haveria tempo hábil para acertar todos os detalhes pendentes. “Acredito que quinta ou sexta da semana que vem estamos entregando (o acordo) à ministra Cármen Lúcia”, disse Pezão.

    Com o fechamento das linhas gerais do acordo, que inclui a redução de jornada de trabalho, aumento para 14% da contribuição previdenciária e proibição de reajustes dos servidores, os técnicos estão mapeando contrato por contrato de empréstimos feitos pelo Rio com os bancos. Cada credor fará um acordo em separado.

    Segundo Meirelles, não há nenhum ponto que esteja “pegando” no acordo. Entre os compromissos que deverão ser honrados pelo governo fluminense estão o aumento da alíquota da contribuição previdenciária ou a redução de jornada e salários de servidores. Pezão lembrou que a redução de jornada e de salários depende de decisão do STF, que discute a questão em uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. O plenário do STF vai julgar o caso na primeira sessão do ano, em 1º de fevereiro.

    (Com Estadão Conteúdo)

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