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Bancos pressionam Caixa a reduzir custo do consignado com garantia do FGTS

Reclamação é de que as taxas cobradas de outras instituições pela Caixa inibem a concessão de crédito consignado com garantia do FGTS

Por Machado da Costa
Atualizado em 27 set 2018, 20h15 - Publicado em 27 set 2018, 17h12
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  • Os bancos estão pressionando a Caixa Econômica Federal a reavaliar os custos e detalhes da operação de empréstimo consignado garantido pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Banco do Brasil e um grande banco privado confirmaram a VEJA que avaliam a necessidade de ajustes junto à CEF.

    A reclamação é que o banco público está cobrando uma mensalidade das instituições financeiras de 4.500 reais para que eles tenham acesso ao sistema criado para viabilizar essa modalidade de empréstimo. Além disso, o custo por operação é mais do que o dobro que o de uma operação normal. A queixa foi divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.

    O crédito consignado garantido pelo FGTS foi uma promessa feita pelo governo federal há mais de um ano. Trabalhadores poderiam fazer empréstimos a custos mais baixos, pois, em caso de demissão, o fundo garantiria a quitação do débito. Os bancos podem, desde esta quinta-feira, 27, oferecer essa modalidade.

    “O Banco do Brasil avalia as regras e os ajustes operacionais necessários, especialmente, junto à CEF – operadora do FGTS. Em tempo, o BB continua a oferecer o crédito consignado tradicional privado aos clientes, tendo por base os convênios estabelecidos com os empregadores”, disse em nota.

    Um grande banco privado, que preferiu não se identificar, afirmou que as taxas cobradas estão muito acima do que é normalmente praticado pelo mercado. Disse também que havia grande expectativa para o início dessa operação, pois a CEF tinha dado sinais positivos aos outros bancos no final do ano passado.

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    Nesta quinta, os bancos se reuniram na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para discutir essa nova modalidade de crédito. Segundo a CEF, a reunião foi realizada para discutir a operação, mas não as taxas envolvidas nela. A Febraban garante que valores não foram debatidos. “Seria cartelização”, disse um assessor da federação.

    A CEF diz que ainda não recebeu nenhuma notificação formal. “A Caixa informa que, até a presente data, não houve contestação pelas instituições consignatárias acerca dos custos envolvidos no processo de fornecimento de informação e reserva de valores na conta vinculada do FGTS de titularidade do trabalhador”, disse. O banco “ressalta que todas as manifestações, até o momento, ratificaram a assertividade do novo modelo, face às necessidades operacionais dos bancos interessados em oferecer essa nova linha de crédito”.

    Atualmente, o único grande banco que está trabalhando com empréstimo consignado garantido pelo FGTS é o Santander. No entanto, a operação ainda é um projeto-piloto restrito aos funcionários de três empresas. A instituição se antecipou ao movimento da Caixa e está garantindo, com recursos próprios, as taxas do empréstimo.

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    Procurado, o Santander afirmou que é a Febraban quem está cuidando do assunto. Itaú e Bradesco não atenderam aos pedidos da reportagem.

    Oficialmente, a Febraban afirmou que as negociações entre Caixa e outras instituições são tratados individualmente e não interfere nelas.

    “No âmbito da Febraban, não discutimos temas relacionados a aspectos comerciais de produtos bancários, como os custos das linhas de crédito definidos pelos bancos, ou, no caso do consignado com garantia do FGTS, dos aspectos de preços envolvidos na relação entre Caixa Econômica Federal e os demais bancos”, disse em nota.

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