BC indica continuidade na redução da taxa de juros com avanço de reformas
Ata da reunião do Copom, que diminuiu a Selic de 6,5% para 6%, prevê PIB estável graças a estímulo do FGTS e vê aprovação da Previdência como 'fundamental'
O Banco Central sinalizou que há espaço para nova queda na taxa básica de juros para estímulo da economia brasileira. Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 6, o BC atrela a trajetória de reajuste a continuidade da agenda de reformas. Nesta terça, a Câmara dos Deputados pode votar a reforma da Previdência em segundo turno. A reforma tributária também já tramita no Congresso Nacional.
“O Comitê reitera sua visão de que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da taxa de juros estrutural, para o funcionamento pleno da política monetária e para a recuperação sustentável da economia”.
Na semana passada, o comitê decidiu reduzir em meio ponto percentual, de 6,5% para 6% ao ano a taxa Selic. De acordo com a ata, o avanço das reformas e o cenário externo benigno abriram espaço para a queda. Com a redução, a Selic atingiu o menor patamar da história, na reunião de quarta-feira passada. E vê riscos para a política monetária brasileira se houver uma “eventual frustração” na pauta reformista e de ajustes.
“Os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, frisou o BC. A próxima reunião do Copom deve ocorrer em setembro.
O mercado financeiro estima que, ao fim de 2019, a taxa Selic deva chegar aos 5,25%. A previsão é do Boletim Focus, divulgado na última segunda.
PIB estável
O Banco Central estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar estável ou apresentar ligeiro crescimento no segundo trimestre, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom). “Os dados sugerem possibilidade de retomada do processo de
recuperação da economia brasileira, que tinha sido interrompido nos últimos trimestres”.
Segundo o documento, a atividade econômica deve ainda mostrar “alguma aceleração” nos trimestres seguintes, reforçada pelos estímulos decorrentes dos saques de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/PASEP, investida concebida pelo governo para injetar ânimo à retomada econômica, que ainda apresenta alto nível de ociosidade na avaliação do BC.
A liberação dos recursos do PIS/Pasep começa no próximo dia 19 e a liberação de até 500 reais por conta do Fundo de Garantia, em 13 de setembro. Ao todo, a equipe econômica do governo prevê injetar 42 bilhões de reais na economia com ambas medidas.