BC reduz previsão de alta do PIB para 2% em 2025 e espera resultado pior no próximo ano
Crescimentos da economia em 2025 e 2026 devem ser os menores desde a eclosão da pandemia da Covid-19

O Banco Central (BC) revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% para 2% neste ano. O dado é do Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira, 25. Entre os motivos que levam a autoridade monetária a ser mais cética em relação à atividade econômica, estão as tarifas impostas pelos Estados Unidos contra o Brasil e dados que apontam para o esfriamento da economia. O BC pontua em seu relatório que os efeitos das tarifas são “ainda incertos” e ocorrem em paralelo a “sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre”.
O efeito negativo das tarifas sobre a economia brasileira são parcialmente compensado pela visão positiva sobre o desempenho da agropecuária, segundo análise do BC, que parte da safra recorde. O crescimento do setor neste ano foi revisto de 8% para 9%. Por outro lado, a indústria como um todo não está em um bom momento, apesar da alta da produção do petróleo. A expansão da indústria, que antes era calculada em 1,9%, agora está em apenas 1%. O setor de de serviços segue com a sua previsão de crescimento estagnada em 1,8%. O relatório da autoridade monetária demonstra, com isso, que diferentes áreas da economia caminham a ritmos diferentes, com o pano de fundo incerto das tarifas americanas.
Para o ano de 2026, o BC estima que o crescimento do PIB deve desacelerar. A alta deve ser de 1,5% no ano que vem — o que configuraria o pior resultado em seis anos. Há diversas razões para a perspectiva de diminuição do crescimento. O BC coloca a perspectiva de desaceleração da economia global e da agropecuária brasileira entre os motivos. A última vez em que o PIB apresentou um resultado inferior foi em 2020, ano da eclosão da pandemia da Covid-19, quando o PIB encolheu 3,3%. Em todos os anos subsequentes, o indicador registrou altas de ao menos 3%. Nesse sentido, 2025 já seria o pior ano para a atividade econômica desde a pandemia, mas a situação se agravaria no ano seguinte.
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