O grupo aeronáutico americano Boeing apresentou, nesta quarta-feira 27, mudanças esperadas no sistema de voo do seu 737 Max, um modelo de aeronave envolvido em duas catástrofes aéreas que deixaram 346 mortos nos últimos meses.
A empresa reuniu centenas de pilotos e repórteres em sua fábrica em Renton, nos Estados Unidos, para apresentar as modificações feitas ao sistema de estabilização MCAS, que estaria envolvido nos recentes acidentes na Etiópia e na Indonésia. O evento é uma tentativa de recuperar a confiança perdida.
“Vamos fazer de tudo para nos assegurarmos de que acidentes como esses não ocorram de novo”, disse o vice-presidente de estratégia de produtos da Boeing, Mike Sinnet, à imprensa.
Dan Elwell, diretor interino da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) se apresentou a senadores americanos para explicar por que sua agência demorou tanto para proibir os voos do Boeing 737 MAX após o acidente que matou 157 pessoas em 10 de março na Etiópia.
Segundo ele, o prazo de três dias da FAA para proibir os voos desses aviões após o acidente que deixou 157 mortos em 10 de março na Etiópia não foi excessivo.
Esse atraso levantou suspeitas sobre um conluio entre a agência norte-americana e a Boeing, especialmente depois que as autoridades chinesas e europeias decidiram proibir rapidamente os voos desses aviões, devido às semelhanças entre o acidente na Etiópia e o ocorrido em 29 de outubro. no mar de Java.
Piloto retoma o controle
A Boeing tenta convencer que a versão corrigida do sistema de estabilização MCAS do 737 Max, questionada por sua suposta responsabilidade nos acidentes, está agora funcionando.
A intervenção do sistema será mais transparente para a tripulação, e os pilotos poderão desativá-lo mais facilmente em caso de problemas, explicou a Boeing.
Ela iria apresentar o novo MCAS aos profissionais nesta quarta-feira para ter sua opinião sobre as mudanças.
Segundo a empresa, a nova versão do programa passou por “centenas de horas de análise, testes de laboratório, simulações e dois testes”, incluindo um com representantes da FAA a bordo.
O objetivo é “reduzir a carga de trabalho da tripulação em situações anormais e impedir que o MCAS seja ativado quando receber dados falsos”, disse a Boeing.
A FAA e outras autoridades reguladoras ainda precisam certificar essas modificações, disse a empresa.
A Boeing também planeja treinar melhor os pilotos para operar o MCAS e o 737 Max, cujo comportamento mudou muito por causa das modificações nos motores.
(Com AFP)