A americana Boeing negocia com a Embraer a compra da empresa brasileira. As informações vieram a público em matéria Wall Street Journal divulgada na tarde desta quinta-feira, e as empresas confirmaram posteriormente que discutem a união de seus negócios.
A notícia da publicação americana, que cita como fontes pessoas familiarizadas ao assunto, fez as ações da empresa dispararem. O papel havia se valorizado em 22,5% na bolsa de valores de São Paulo ao encerramento do pregão. O Ibovespa subiu 2,41%, aos 75.133 pontos no mesmo horário.
Segundo o WSJ, o acordo permitiria à Boeing acessar o mercado de jatos regionais e ofereceria um bônus alto pelo fechamento do negócio. As conversas entre as duas empresas estariam suspensas, esperando resposta de consultas feitas a autoridades brasileiras. O acordo seria uma forma de fazer frente à parceria entre a Airbus e a Bombardier, anunciada em outubro deste ano.
Enquanto a fabricante francesa é rival da Boeing em aeronaves de grande porte, a empresa canadense compete com a Embraer nos segmentos de aviação regional e executiva.
A Embraer é uma empresa de capital aberto, mas a União Federal detém ações com poder de dar a palavra final em decisões estratégicas, mesmo sem ser acionista controlador – a chamada golden share.
Após a notícia, as empresas divulgaram comunicado ao mercado confirmando a negociação para possível combinação dos seus negócios. Mas disseram que não há garantia de qualquer transação que possa resultar desse processo, e que não darão mais detalhes sobre o assunto. “Qualquer transação estará sujeita à aprovação do Governo Brasileiro e dos órgãos reguladores, dos conselhos de administração das duas companhias e dos acionistas da Embraer”, diz trecho da nota.