A conclusão de um processo que já durava quatro anos é a de que a Boeing terá que pagar 150 milhões de dólares à Embraer pelo rompimento do processo de compra da linha produção de aviões comerciais da empresa. A decisão é da Corte Arbitral de Nova York e a informação foi divulgada pela Embraer em Fato relevante na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta segunda-feira, 16.
“A Embraer, em atendimento à Resolução CVM nº 44/2021, vem informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que os procedimentos de arbitragem pendentes entre Embraer e suas afiliadas, de um lado, e The Boeing Company (“Boeing”) e suas afiliadas, do outro lado, foram concluídos. Conforme o “collar agreement” celebrado recentemente entre as partes, a Boeing irá pagar o valor bruto de USD 150 milhões para Embraer”, diz o texto.
O pagamento encerra uma disputa que começou em 2020 quando o acordo de fusão entre Boeing e Embraer, avaliado inicialmente em 4,2 bilhões de dólares, foi cancelado unilateralmente pela Boeing. A Embraer teve um prejuízo estimado em R$ 980 milhões.
O plano original previa que 80% da divisão de aviação comercial da Embraer ficaria com a Boeing, enquanto a Embraer manteria 20% da operação e controle sobre as áreas de defesa e aviação executiva. Com o cancelamento da operação de aquisição, a Embraer acionou a Corte de Arbitragem, para buscar reparação. A Boeing declarou estar satisfeita com a resolução do processo e reafirmou seu compromisso com a parceria de mais de 90 anos com o Brasil.
Em nota, a Boeing confirmou a conclusão o processo de arbitragem com a Embraer e destacou a parceria com o Brasil. “Temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira”, afirmou o comunicado da companhia.