Bolsa cai 0,5% por preocupações com guerra comercial entre EUA e China
Troca de farpas entre Washington e Pequim por conta da Huawei aumentou a tensão nos mercados mundiais
O Ibovespa, fechou esta quinta-feira, 23, em queda, cedendo à pressão dos mercados externos, diante de acirramento das disputas comerciais entre Estados Unidos e China e preocupações quanto à saída do Reino Unido da União Europeia. A baixa no principal índice da bolsa brasileira foi de 0,6%, ficando em 93.798,40 pontos. O dólar comercial registrou leve alta de 0,17%, fechando o dia vendido a 4,05 reais.
Na véspera, o Ibovespa registrou ligeira queda, de 0,13%, ficando nos 94.360 pontos; a moeda americana recuou 0,18% e fechou a quarta vendida a 4,04 reais.
A tensão entre Estados Unidos e China aumentaram nessa quinta por conta dos bloqueios americanos à Huawei, gigante de tecnologia chinesa. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou o presidente-executivo da Huawei de mentir sobre os laços da empresa com o governo chinês. Já Pequim disse que Washington deve terminar com suas “ações equivocadas” se quiser que as negociações comerciais continuem.
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Necton, a troca de farpas entre chineses e americanos fizeram mercados acinários internacional derreterem. “Agora o assunto está mais focalizado na questão da tecnologia 5G e na infraestrutura tecnológica para o novo salto de velocidade da internet móvel, uma briga de foice pela hegemonia dos smartphones”, analisou.
Ainda no cenário externo, a piora das negociações sobre o Brexit da primeira-ministra britânica, Theresa May, com o Parlamento britânico, após fracasso da última manobra para tentar concretizar a desfiliação britânica da União Europeia, também influenciava.
O mercado brasileiro operou boa parte do dia em baixa. Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, é possível observar uma realização de lucros em um momento em que a atenção do mercado se divide entre as votações em pauta no Congresso e os conflitos no exterior. “A tendência é continuar com essa volatilidade até que saia alguma resolução entre EUA e China, Brexit e que a reforma da Previdência seja aprovada”, afirmou.
(Com Reuters)