Bolsa sobe 0,4% com mudanças no FGTS e cenário externo
Medidas para a estimular a economia foram bem vistas pelos investidores; dólar fechou com queda de 0,1%, cotado a R$ 3,77 na venda
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou nesta quarta-feira, 24, em alta de 0,4%, aos 104.119 pontos, com a apresentação pelo governo das novas regras para o saque do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e de olho no cenário externo. Já o dólar teve queda de 0,1% cotado aos 3,77 reais na venda.
Os investidores viram com otimismo as novas regras anunciadas pelo governo para o FGTS. Entre elas está um saque imediato de até 500 reais por conta, tanto inativas como ativas, e a possibilidade de saque anual do fundo a partir de 2020. As medidas visam estimular à economia brasileira. A previsão do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) do país para 2019 sofreu quedas consecutivas neste ano. Inicialmente a expectativa era de 2,5%. Em março essa estimativa sofreu queda e foi para 2,2%, em maio para 1,6% e um mês depois alcançou o patamar atual de 0,81%.
As medidas foram anunciadas no final de sessão. Por isso, a expectativa dos investidores pela divulgação das novas regras do FGTS impactaram mais no mercado do que as mudanças de fato.
No cenário externo, segue a expectativa pelas decisões sobre taxas de juros na Europa, Estados Unidos e Brasil. Na quinta-feira, 25, o Banco Central Europeu (BCE) inicia o calendário global de reuniões. Segundo analistas de mercado, a tendência é de queda leve no bloco europeu, como esperado pelos investidores.
Pouco mais de uma semana depois, no dia 31 de julho, é a vez do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) e, no Brasil, do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) decidirem se mantém ou não os juros em seus respectivos países. A expectativa para ambos também é de queda.
No noticiário corporativo, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou na noite de terça-feira a venda de ações correspondentes a pelo menos 30% do capital da Petrobras Distribuidora (mais conhecida como BR Distribuidora), subsidiária que desde 1971 atua no segmento de distribuição e comercialização de combustíveis. Um dispositivo no acordo pode elevar a venda a 35% do capital da empresa e os valores da operação podem chegar a 9,6 bilhões de reais.
Apesar de ser carta marcada há alguns meses, a notícia animou os investidores. As ações ordinárias (que dão direito a voto) da BR tiveram alta de 1,19%. O papel foi o segundo mais negociado no pregão.
Além disso, destaque para alta de 12,89 % nas ações ordinárias da Cielo. A companhia divulgou na véspera um lucro líquido do segundo trimestre 33% menor que no ano anterior, de 431 milhões de reais, bem abaixo das expectativas. Apesar disso, segundo a corretora Guide Investimentos, “a companhia divulgou crescimento no volume financeiro transacionado e na carteira de clientes, o que animou os investidores para uma possível recuperação da companhia”, comunicou em relatório, explicando a alta significativa.