Após a tempestade, a calmaria. A Bolsa de Tóquio subiu 10% nesta terça-feira, 6, depois da queda de 12% na segunda. Os futuros americanos também amanhecem em alta, após o derretimento dos mercados registrado na segunda. Só as 7 Magníficas (grupo que une Nvidia, Microsoft, Apple, Google, Amazon, Meta e Tesla) perderam juntas mais de US$ 650 bilhões em valor de mercado na véspera.
Após quedas muito bruscas, o mercado financeiro tende a fazer pausas. O que não dá para cravar é se os investidores estão apenas respirando para recomeçar as quedas ou se de fato o pior já passou.
Por ora, é medo o que move os mercados. Investidores compraram a ideia de que a economia americana pode entrar em recessão por causa do excesso de conservadorismo do Fed com a taxa de juros nos EUA. O primeiro corte está previsto para setembro. Se até semana passada a aposta era de corte de 0,25 ponto percentual, agora o consenso do mercado é que o BC americano irá direto para um corte de 0,50 p.p. A virada das apostas aconteceu em questão de dias, não à toa os mercados entraram em colapso. As palavras usadas para descrever o movimento foram “extremado” e “exagerado”.
Em meio ao caos, o tombo do Ibovespa foi comedido: ontem, o índice brasileiro cedeu 0,46%. E ele tem tudo para seguir a recuperação de Nova York. Nesta manhã, o EWZ, o ETF que serve de espelho para o Ibov em Wall Street, avança mais de 1%.
No noticiário doméstico, a Faria Lima deve se debruçar sobre a ata do Copom de julho. Enquanto o mundo pressiona pela queda das taxas nos EUA, aqui a pressão é por manutenção da Selic draconiana, após um aumento retroalimentado nas expectativas para a inflação.
Também saem hoje os dados da balança comercial de julho, que ajuda a entender melhor as movimentações do dólar ante o real.
Os indicadores são importantes porque podem definir se o Ibovespa vai continuar acompanhando Wall Street ao longo do dia. Na Europa, a queda nas vendas do varejo fez com que as bolsas virassem de sinal para o negativo.