O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta terça-feira, 18, que a Câmara dos Deputados aprove a proposta de reforma da Previdência da forma que foi enviada pelo governo ao Congresso, com a criação de um sistema de capitalização. O trecho foi retirado da proposta pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP). Nessa terça, a comissão especial da reforma começou a discutir as alterações no relatório.
“Nós gostaríamos que tudo o que nós propusemos fosse acolhido. Mas sabemos que a Câmara tem legitimidade para alterar e, se não for acolhido, o governo prossegue sem problema nenhum”, disse o presidente a repórteres ao ser questionado sobre a retirada da capitalização, em entrevista após cerimônia de hasteamento da bandeira em frente ao Palácio do Planalto.
Perguntado se o governo vai tentar retomar o regime de capitalização, o presidente acrescentou: “Lá no plenário, não é nem o próprio governo, as próprias bancadas ou algum líder partidário pode propor uma emenda e destacá-la e entrar em votação”.
No texto apresentado na semana passada, o relator excluiu pontos polêmicos, como o regime de capitalização e a inclusão de estados e municípios nas novas regras, assim como as alterações previstas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural.
Crise no BNDES
Bolsonaro também preferiu não rebater críticas feitas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a saída do presidente do BNDES, Joaquim Levy, dizendo não ver problema. “Somos livres para criticar”, minimizou. Ele disse que tanto Maia quanto seu ministro da Economia, Paulo Guedes, “podem criticar”. “Não vejo problema nenhum”, afirmou, ao destacar que é o que “menos critica”.
Maia descreveu na véspera como uma “covardia sem precedentes” a saída de Levy, que renunciou ao comando do BNDES no domingo após Bolsonaro ameaçar publicamente demiti-lo se ele não afastasse um executivo do banco de fomento.
Bolsonaro afirmou ter a “melhor expectativa possível” com o novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que foi anunciado oficialmente na segunda-feira e que terá de ter seu nome submetido ao conselho de administração do banco. “Jovem, empreendedor, inteligente. Tem tudo para dar certo. Já conhecia ele. Por coincidência já morou em um prédio que eu morei”, afirmou.