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Bolsonaro diz que ninguém quer ser patrão e que país tem muitos direitos

Presidente eleito diz que país dos direitos não tem empregos e que é preciso destravar a economia

Por Redação
Atualizado em 9 nov 2018, 20h02 - Publicado em 9 nov 2018, 19h36

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta sexta-feira, 9, em uma live transmitida pelo Facebook que ninguém quer ser patrão no Brasil. Ele afirma ouvir de empresários que ou o país tem empregos ou mantém os direitos que protegem os trabalhadores.

“Quer quer ser patrão no Brasil hoje? Ninguém. Eu até elogio empresários, agricultores. É mais fácil pegar dinheiro e aplicar em alguma coisa”, afirmou.

Como na campanha, o presidente eleito disse que os empresários se queixam do custo com a folha de pagamento. “O que eu ouço é que ou se continua com todos os direitos e o desemprego ou temos menos direitos e emprego.”

Sobre exemplo de direitos, Bolsonaro citou uma conversa que teve com uma apresentadora de uma rádio para brasileiros nos Estados Unidos. Segundo o presidente eleito, ela disse que lá os funcionários podem trabalhar 15, 20 horas por dia, inclusive nos fins de semana e feriados. E que se não trabalhar, não ganha. “Aqui é o país do direito, mas que não tem emprego. Ninguém vai tirar direito, estão lá no artigo 7º da Constituição – que trata dos trabalhadores urbanos e rurais. Tem uns 30 direitos lá, só militar não tem.”

O presidente eleito citou o fim da contribuição sindical obrigatória, extinta pela reforma trabalhista, e criticou os sindicalistas. “É muito boa a vida de sindicalista, ficam lá engordando. Agora acabou o desconto obrigatório, o que complicou a vida deles.”

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Previdência

Sobre a reforma da Previdência, ele voltou a negar que sejam de sua autoria propostas que elevam o tempo de contribuição para 40 anos ou a alíquota de contribuiçãode 11%  para 22%. Segundo Bolsonaro, sua equipe tem recebido muitas propostas, algumas de iniciativa do Executivo e outras de empresários. “Mas o que se pode aproveitar dali [dessas propostas], pelo que estou vendo, é pouca coisa.”

Bolsonaro reforçou a necessidade de fazer a reforma. “O Brasil, como está, está chegando a um limite. Quase tudo é despesa obrigatória. Não queremos nos transformar numa Grécia. Lá chegou um momento em que tiveram de aplicar um desconto linear.”

O presidente defendeu a ampliação do turismo e alfinetou a atuação do Ibama, que não permite esse tipo de atividade em áreas de preservação. Ele deu como exemplo a Baía de Angra, no Rio, que poderia ser alvo de investimento de espanhóis. “Não existe turismo no Brasil. O turismo preservaria o meio ambiente. Mas não, o Ibama age de forma xiita.”

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Reajuste do Supremo

Sobre o reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro afirmou que tentam botar na conta dele essa discussão para que comece seu governo tensionado com as instituições. “Não sou o presidente, estão botando na minha conta como que se eu tivesse poderes para impedir. A decisão não é minha. Está nas mãos do Michel Temer se vai sancionar ou não. Se eu fosse presidente, tomaria uma decisão.”

O plenário do Senado aprovou o projeto de lei que reajusta os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal, com 41 votos favoráveis e 16 contrários. Encaminhado pela Câmara dos Deputados, o projeto agora vai para sanção presidencial. O novo salário serve como referência para o teto do funcionalismo.

O projeto aprovado aumenta os salários dos ministros do STF de 33.763,00 reais para 39.293,32 reais, como parte do Orçamento para 2019 da Corte. A medida já foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

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