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Bolsonaro fala de jet ski a fake news em leilão do 5G

Na cerimônia de abertura do leilão do 5G, o presidente aproveitou para atacar a imprensa e questionar o viés ideológico na educação

Por Luana Zanobia Atualizado em 4 nov 2021, 18h56 - Publicado em 4 nov 2021, 12h28

O Governo Federal e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizaram nesta quinta-feira, 04, a cerimônia de abertura do leilão do 5G, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o presidente da Anatel, Leonardo de Morais e outras autoridades. O leilão será realizado entre esta quinta-feira, 4, e a sexta. A disputa envolve 15 empresas, sendo que cinco delas já atuam na área de telecomunicações no Brasil: Vivo, Claro, Tim, Algar Telecom e Sercomtel. Os vencedores dos lotes leiloados vão sendo anunciados durante todo o dia de hoje até esta sexta-feira, 05, quando se encerra o leilão. A primeira faixa arrematada, da frequência de 700 MHz, foi vencida pela Winity II Telecom, no valor de 1,427 bilhões de reais.

Os lotes nacionais, da faixa de frequência de 3,5 GHz, foram arrematadas pela Claro por 338 milhões, Telefônica por 420 milhões de reais, e Tim por 351 milhões de reais.  Todas as radiofrequências regionais disponíveis foram vendidas e, até o momento, o leilão marcou a entrada de três novas no mercado de telefonia móvel no Brasil.

Durante a cerimônia, Bolsonaro pouco falou sobre os benefícios do 5G para a sociedade. O seu discurso se ateve a jet skis e turismo hidroviário na Amazônia, ataques à imprensa e questionamentos sobre os vieses ideológicos no sistema educacional. “Em uma das minhas idas para a Amazônia, eu e Fábio Faria passamos em duas comunidades indígenas. O que eles pediram pra nós? Pediram internet. Quando a gente vê, nossos irmãos indígenas com internet vão começar a fazer matéria e mandar para fora. Não vai ser mais aquela fábrica de fake news que nós temos aqui no Brasil, o pessoal sabe onde funciona essa fábrica, difamando nossa pátria”, disse Bolsonaro ao comentar sobre uma pergunta que recebeu de uma criança quando esteve recentemente na Itália se a “Amazônia ainda estava queimando”.

Bolsonaro ainda discursou sobre as dificuldades de antigamente sem o acesso a internet e indagou: “Quanta facilidade tecnológica a juventude tem hoje, e por que nosso ensino vai indo mal? É questão ideológica, a gente vai vencendo devagar. Não temos que ter militante em nenhum lugar”, disse.

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O ministro Fábio Faria falou sobre o potencial impulsionador que o 5G deve trazer para a economia e agradeceu ao presidente e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pela realização de um leilão não arrecadatório. Segundo Faria, o dinheiro do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), que existe há mais de 20 anos, nunca foi utilizado para investimento em telecomunicações. “Por isso temos esse deserto digital. O governo Bolsonaro abriu mão de 50 bilhões de reais que poderia entrar no caixa”, disse Faria.

O ministro também destacou que essa foi a missão dada pelo presidente quando ele assumiu o cargo no Ministério, levar internet para todos. “Quando Bolsonaro foi eleito, foi graças à internet, porque nenhum meio de comunicação levava a candidatura de Bolsonaro a sério. Com um celular na mão, ele conseguiu falar com todo o Brasil”, disse. Segundo o ministro, a pasta já levou internet para 9 milhões de pessoas, reduzindo o número de 48,5 milhões para 39,5 milhões que ainda não estão integradas ao universo digital. Ainda segundo o ministro, o Brasil vai ser o primeiro país da América Latina a ter o 5G e vai virar um “hub de inovação para receber investimentos e exportar a tecnologia para vários países”.

O 5G, a quinta geração de internet móvel, pode ser cem vezes mais veloz que o 4G. A previsão é que o leilão movimente 50 bilhões de reais para viabilizar a cobertura 5G em todas as capitais do país até julho de 2022, garantir internet móvel em toda a rede pública e ampliar a rede 4G para cidades que ainda não possuem a  tecnologia.

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O leilão da 5G será ofertado em quatro lotes de frequências, divididos nas seguintes faixas: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. Os dois primeiros espectros (700 MHz, 2,3 GHz) serão usados para ampliar a cobertura em cidades que ainda não contam com a tecnologia 4G e as demais (3,5 GHz e 26 GHz) são redes exclusivas de 5G com capacidade de transmissão de altíssima velocidade. Segundo o Ministério das Comunicações, o edital prevê cobertura em todas as cidades do país até 2029.

A licitação ainda exige dos vencedores investimentos na expansão da infraestrutura de fibra óptica na região Amazônica, estruturação da rede privativa de comunicação da administração pública federal e a entrega de kits de televisão para famílias de baixa renda do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

O 5G é considerado um marco tecnológico, que vai viabilizar inovações e impulsionar o desenvolvimento de tecnologias dignas de ficção científica, como carros autônomos, experiência de comunicação por realidade virtual com pessoas em outros lugares (metaverso), casas e eletroeletrônicos inteligentes e automatizados, etc. “Quando associado a outras tecnologias como Cloud, Inteligência Artificial, Edge Computing e outros, a 5G também abrirá um espaço para inovações e desenvolvimento de aplicações que sequer existem hoje”, diz a Accenture. A tecnologia também vai melhorar a experiência dos usuários com a navegabilidade: a latência, que é o tempo de resposta para transmissão de dados, será reduzida dramaticamente, de cerca de 50 milissegundos no 4G para menos de 1 milissegundo no 5G.

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