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Bolsonaro põe panos quentes em ‘debandada’ e apoia agenda de Guedes

Nas redes sociais, presidente afirma que saída de membros do governo é "normal" e que a política econômica seguirá perseguindo a responsabilidade fiscal

Por Larissa Quintino Atualizado em 12 ago 2020, 11h20 - Publicado em 12 ago 2020, 11h06

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, classificar como “debandada” a saída de dois de seus secretários – Salim Mattar, da desestatização, e Paulo Uebel, da desburocratização – na noite de terça-feira, 11, coube ao presidente Jair Bolsonaro tentar colocar panos quentes na situação. Bolsonaro classificou como normal a saída de membros do governo. Em uma publicação nas redes sociais na manhã desta quarta-feira, 12, o presidente aproveitou para defender a agenda liberal de Guedes, com a diminuição do tamanho do estado e investimentos privados. A demora no andamento de reformas estruturais, como a administrativa, e nas privatizações teriam sido motivo para a saída dos secretários e um abandono em definitivo da agenda de Guedes seria um péssimo sinal de ruptura com o mercado financeiro, empresários e investidores, que desde o início compraram a proposta de reestruturação do Estado.

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A declaração em defesa da agenda de diminuição do tamanho do Estado e da cartilha liberal foi feita no Facebook acompanhada de uma foto de Bolsonaro acompanhado de Guedes e de Tarcísio Freitas, ministro da Infraestrutura. Na legenda, o presidente admite que o Estado brasileiro está inchado e “deve se desfazer de suas empresas deficitárias, bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada”, ao mesmo tempo em que reconheceu que o processo de privatização não é simples, já que os ativos do governo devem passar pelo crivo do Congresso, o que exige negociação.

Bolsonaro também classificou como “normal” a busca de ministros para mais recursos em obras de infraestrutura, defesa feita pela ala militar do governo, mas reafirmou que a base da política econômica brasileira continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de gastos. “O Presidente e seus Ministros continuam unidos e cônscios da responsabilidade de conduzir a economia e os destinos do Brasil com responsabilidade”, afirmou. 

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Na véspera, após a saída dos subordinados, Guedes creditou a falta de agilidade para andamento das pautas. “Hoje houve uma debandada? Hoje houve uma debandada. Salim falou: ‘A privatização não está andando, prefiro sair’. Uebel disse:‘A reforma administrativa não está sendo enviada, prefiro sair’. Esse é o fato, essa é a verdade.”  A declaração do chefe da economia, conforme revelou o Radar, caiu como uma bomba no governo.

Enquanto ministros militares e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Social, buscam mais recursos para investimento em obras públicas, em uma visão de que flexibilizar os gastos é uma saída para a retomada da economia, Guedes defende que os investimentos cheguem pela iniciativa privada. Porém, tem visto seus planos andarem mais devagar do que o esperado devido falta de habilidade do governo em negociação com o Congresso Nacional. Descontentes com o andamento das pautas, Mattar e Uebel se somam a outros três membros da equipe de Guedes que deixaram o governo no último mês. A declaração do Bolsonaro, em apoio a agenda reformista, era esperada e vem com objetivo acalmar o mercado e mais uma vez reafirmar a liderança das ideias de Guedes na condução da economia brasileira. Em primeiro momento, deu certo. Após abrir em queda, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, reverteu o movimento. Às 10h50, operava em alta de 0,60%.

 

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