O principal índice da bolsa paulista subiu mais de 1% nesta sexta-feira, renovando a máxima histórica, e registrou a oitava semana seguida de ganhos. O movimento foi puxado pela percepção de que o governo ainda tem forças para avançar sua agenda de reformas apesar da nova denúncia contra o presidente Michel Temer.
O Ibovespa fechou em alta de 1,47%, a 75.756 pontos, renovando máxima histórica de fechamento após marcar novo recorde intradia mais cedo, a 75.820 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 3,66%.
O giro financeiro somou 15,8 bilhões de reais, acima da média diária para mês até a véspera, de 9,57 bilhões de reais.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou na noite passada o presidente Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de organização criminosa e obstrução de investigações sob a acusação de liderar um esquema de desvio de recursos, pagamento de propina e outros delitos desde 2006 até os dias de hoje.
No entanto, embora o início dos negócios tenha sido marcado por um movimento mais contido, o tom positivo foi ganhando força conforme cresceu a visão de que a mais recente denúncia não vai atrapalhar o andamento das reformas e a recuperação econômica.
“Essa consciência está se tornando cada vez mais comum, de que não precisa existir o pânico. É preciso cautela, claro, mas estamos vendo que as coisas estão se movendo e o país está conseguindo separar a situação política da econômica”, disse o analista da Um Investimentos Aldo Moniz, acrescentando que a perspectiva de retomada da economia ajudou a aquecer, neste pregão, setores ligados ao consumo.
No exterior, a cautela com questões geopolíticas se dissipou ao longo do dia, sem que uma explosão no metrô de Londres e o lançamento de um míssil pela Coreia do Norte, que ultrapassou o norte do Japão e caiu no Oceano Pacífico, conseguissem tirar o fôlego do mercado.
JBS
Os papéis da JBS ON avançaram 3,03%, engatando o terceiro pregão de ganhos e acumulando alta de 9,53% no período, em meio ao noticiário intenso envolvendo seus executivos e a expectativa pela troca de comando da empresa.
Na véspera, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin converteu as prisões temporárias dos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud em preventivas e deu um prazo de dez dias para que eles se manifestem sobre o pedido do procurador-geral da República de rescisão da delação premiada. Além disso, também como pano de fundo estavam notícias publicadas pela mídia de que bancos de investimentos estão se movimentando para buscar candidatos interessados em comprar a JBS.
(Com Reuters)