Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS

“Brasil pode conquistar 20% do mercado de carbono global”, diz conselheiro da Ambipar

Plínio Ribeiro diz que o novo marco legal brasileiro deve acelerar o ganho de escala e integrar os modelos regulado e voluntário de compensação de emissões

Por Diogo Schelp Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 ago 2025, 08h53

O mercado global de carbono pode movimentar até 50 bilhões de dólares nos próximos 30 anos, e o Brasil tem potencial para abocanhar cerca de 20% dessa fatia. Em entrevista ao programa VEJA+Verde, Plínio Ribeiro, conselheiro da Ambipar, detalha como o país pode transformar essa oportunidade em desenvolvimento sustentável com protagonismo internacional.

O mercado de carbono se divide entre os sistemas regulado e voluntário. Plínio explica: “O mercado regulado é definido por um teto de emissões, criado por um poder regulador, e não se trata de comercialização direta de créditos de carbono. Já o voluntário é uma ação das empresas que buscam compensar suas emissões financiando ou comprando créditos gerados por projetos de proteção e restauração florestal.”

O novo marco legal brasileiro deve acelerar o ganho de escala e integrar os dois modelos, abrindo portas para projetos florestais e soluções baseadas na natureza. O especialista destaca a experiência da Ambipar, referência mundial em soluções ambientais, capaz de operar desde a gestão de resíduos até estratégias completas de descarbonização. “Nós ajudamos mais de 20 mil clientes a mensurar e reduzir suas emissões, promovendo a descarbonização completa, desde a gestão dos resíduos até a compensação via créditos de carbono, que deveria ser o último passo para empresas realmente comprometidas”, ressalta Ribeiro.

Para o conselheiro, o sucesso do Brasil nesse setor passa por uma governança cuidadosa na definição dos limites de emissão: “A alocação do cap (limite de emissão) é a grande dificuldade. Se o cap for muito alto, tudo segue como antes; se for baixo demais, pode até inviabilizar setores inteiros. Esse processo é muito suscetível ao lobby, por isso exige atenção da sociedade”, alerta. Outro ponto decisivo é investir em transparência, fundamental para evitar práticas como a dupla contagem de créditos: “O risco da dupla contagem hoje é um dos menores no mercado de carbono, graças aos sistemas de registro e rastreabilidade existentes”, diz Ribeiro.

O setor florestal brasileiro, apesar dos desafios ligados ao caos fundiário e da necessidade de engajamento social das comunidades, pode se tornar um vetor formidável de geração de emprego e desenvolvimento rural. Com metas ambiciosas, como restaurar 12 milhões de hectares, o país pode transformar os mecanismos de carbono em ferramentas de inclusão econômica, inovação e geração de quase dois milhões de empregos.

Continua após a publicidade

A nova legislação também oferece caminhos para o Brasil se integrar a mercados internacionais via o Acordo de Paris (artigo 6), tornando o país competitivo na produção e exportação de créditos de carbono. Ribeiro ressalta: “O Brasil pode, por baixo, ter cerca de 20% do mercado global de créditos. Isso significaria até 60 bilhões de reais, um valor transformador para o setor ambiental brasileiro”. O papel do setor privado e das soluções baseadas na natureza deve ganhar destaque na COP30, a conferência do clima da ONU, que será realizada em Belém (PA), em novembro. O evento marca a liderança brasileira no debate climático: “A COP30 será pautada pela ação e pelo protagonismo do setor privado. Precisamos mostrar ao mundo nossas soluções”, diz Ribeiro.

O VEJA+Verde, conduzido pelo editor Diogo Schelp, traz entrevistas com empresários, personalidades, gestores públicos e especialistas sobre sustentabilidade e meio ambiente e faz parte do projeto VEJA na COP30.

Para assistir às entrevistas do Veja+Verde, acesse o streaming VEJA+ no portal de VEJA, o canal da marca no YouTube ou suas redes sociais.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

O mercado não espera — e você também não pode!
Com a Veja Negócios Digital , você tem acesso imediato às tendências, análises, estratégias e bastidores que movem a economia e os grandes negócios.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.