O Brasil tem experimentado um fluxo cambial negativo. Até o dia 7 de março, o Brasil registrou uma saída líquida de US$ 783 milhões, com destaque para o canal financeiro, que viu uma perda líquida de US$ 1,094 bilhão. Este canal, responsável por investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações, é sensível a oscilações de confiança dos investidores. Com apenas três dias úteis no período, devido ao Carnaval, os dados são preliminares, mas não deixam de apontar para um padrão preocupante.

Do lado comercial, o saldo foi um pouco mais positivo, com entradas líquidas de US$ 311 milhões no mesmo período, resultado que minimizou parcialmente a pressão causada pelas saídas financeiras. No entanto, no acumulado do ano até o dia 7 de março, o Brasil apresentou um déficit cambial total de US$ 7,964 bilhões. O dado reforça um cenário de saídas. Em 2024, o Banco Central reportou uma saída líquida de US$ 15,918 bilhões, a terceira maior da série histórica, indicando um movimento significativo de divisas para fora do país.

Este movimento pode ser explicado por uma série de fatores. A alta global dos juros, particularmente nos Estados Unidos, tornou os títulos norte-americanos mais atraentes, incentivando a fuga de capitais de mercados emergentes como o Brasil. Ao mesmo tempo, as incertezas políticas e econômicas internas, incluindo a agenda fiscal do governo, têm alimentado a desconfiança entre investidores estrangeiros, que preferem migrar para ativos considerados mais seguros.

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