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Brasil tem mais lares chefiados por mulheres, de pessoas sozinhas e sem filhos

Em 2010, 61,3% dos lares eram comandados por homens e, em 2022, essa proporção caiu para 50,9%

Por Juliana Elias 25 out 2024, 13h35

A proporção de domicílios chefiados por mulheres no Brasil teve um avanço expressivo na última década, de acordo com os mais novos dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 25. Em 2022, das 72,5 milhões de unidades domésticas do Brasil, 49,1% tinham responsáveis do sexo feminino, enquanto os demais 50,9% seguiam sendo comandados por homens. No Censo de 2010, os homens respondiam por 61,3% dos lares, e, as mulheres, por 38,7%.

Os números mostram também uma ampla reconfiguração no perfil dos moradores que compartilham os lares brasileiros: a proporção de casas habitadas por casais com filhos próprios (e não apenas filho de um ou de outro) caiu de 41,3% para 30% entre 2010 e 2022, enquanto a fatia dos domicílios com casais sem filhos subiu de 16,1% para 20,2% e, daqueles com apenas um morador, avançou de 12,2% para 18,9%.

As casas chamadas de monoparentais, habitadas por mãe ou pai sozinho (responsável sem cônjuge e com filhos ou enteados), representavam 16,5% em 2022, estáveis em relação a 2010 (16,3%).

“Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados: Resultados do universo”, divulgado em 25/10/2024 pelo IBGE
Participação de domicílios habitados por pessoas morando sozinhas ou por casais sem filhos aumentou no Brasil (IBGE/Reprodução)

Mais pessoas morando sozinhas

O formato de domicílio chamado de unipessoal, aqueles com apenas um morador, foi também o que mais ganhou espaço na sociedade brasileira, enquanto a participação de todos os demais, que incluem aqueles coabitados por familiares ou por pessoas com outro tipo de vínculo (como enteados ou agregados), caiu.

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A redução nas participações não significa que o número absoluto dessas espécies de domicílios ficou menor, já que o número total de domicílios cresceu no país. Em 2010, o Brasil tinha 57,4 milhões de unidades domiciliares constituídas e, em 2022, esse número subiu para 72,5 milhões.

  • Domicílios unipessoais: com apenas um morador
    Em 2010 eram 12,2% e, em 2022, 18,9%
  • Nucleares: casal ou pessoa com filho, sem a presença de nenhum outro membro
    Em 2010 eram 66,3% e, em 2022, 64,1%
  • Estendidos: onde existe a presença de algum outro parente, como netos, avós, genro ou nora
    Em 2010 eram 19,1% e, em 2022, 15,4%
  • Compostos: onde existe presença de algum não parente, como agregado, convivente ou pensionista
    Eram 2,5% em 2010 e, em 2022, 1,5%.

O grupo etário que tem mais pessoas morando sozinhas é o dos brasileiros com 60 anos ou mais: quase 29% deles são os únicos moradores de sua casa, enquanto 23,2% são os responsáveis por um lar estendido ou composto, ou seja, em que moram com algum parente ou conhecido.

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“Isso está relacionado também ao envelhecimento da população”, explica Luciene Longo, analista do IBGE responsável pela divulgação. “As pessoas idosas apresentam maior chance de morarem sozinhas em razão de diversos acontecimentos do ciclo de vida, seja em relação à morte do companheiro ou da companheira, de divórcio, da saída dos filhos dos domicílios.”

Menos pessoas por casa

Em 2022, cerca de 202 milhões de pessoas viviam nos 72 milhões de domicílios particulares do país, resultando numa média de 2,8 moradores por unidade doméstica. Em 2000, a média era 3,7 pessoas e em 2010 era 3,3.

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