Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Brasileiro volta a lotar os shopping centers, apesar da onda do e-commerce

Nas lojas físicas, consumidor reencontra experiências que a internet não oferece

Por Sabrina Brito Atualizado em 4 jun 2024, 13h14 - Publicado em 3 dez 2021, 06h00

Foram longos meses de corredores vazios e lojas fechadas em que comerciantes por todo o país viram a renda cair e as dívidas crescerem. A pandemia deixou marcas profundas no varejo, mas o setor caminha rumo à recuperação. No terceiro trimestre deste ano, grande parte dos shoppings no Brasil reportou uma diminuição da vacância de lojas e da inadimplência dos donos de franquias. Entre setembro e outubro, a quantidade de clientes transitando pelos centros de compras cresceu 10%, de acordo com um índice elaborado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. As lojas mais beneficiadas foram as de beleza, moda e utilidades domésticas. Considerando todo o setor, as vendas subiram 12% no mesmo período.

Três fatores explicam a significativa retomada dos shopping centers. O primeiro é a queda nos casos de Covid-19 no país. A reabertura da economia deu coragem para que os consumidores retomassem as atividades suspensas durante os piores dias da crise. A sequência de datas comemorativas do fim do ano — Dia das Crianças, Black Friday e Natal — também aqueceu o setor. Tradicionalmente, é a melhor época para o varejo. Há ainda a percepção de que, para o brasileiro, o shopping vai além de um centro de compras. “Os consumidores associam esses espaços a sentimentos de alegria, confiança e segurança”, afirma Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers. “Durante o fechamento, eles sentiram falta de sair de casa para passear, ver vitrines e se divertir nos shoppings.”

No período de lojas fechadas, o jeito foi recorrer ao e-commerce. O Brasil foi o país da América Latina que registrou o maior aumento de compras on-line durante a pandemia. Cerca de 13 milhões de brasileiros fizeram suas primeiras compras pela internet em 2020. Comidas, bebidas, roupas, eletrodomésticos e outros produtos passaram a ser adquiridos pelo celular ou pelo computador. O curioso é que o avanço das vendas virtuais não significa necessariamente o fim das lojas físicas, como defenderam analistas apressados.

arte Shopping

As lojas físicas, na verdade, passarão a desempenhar um novo papel. Elas não estão com os dias contados, mas começaram a trabalhar de maneira integrada com o comércio eletrônico. Dono da Riachuelo, Flávio Rocha costuma dizer que os consumidores de itens de moda gostam de sentir o tecido e experimentá-los antes de comprar, e isso explica por que as lojas físicas sempre terão apelo junto ao público. Para Cristina Betts, co-CEO da rede Iguatemi, a loja física será voltada para a experiência: “O menos divertido do momento da compra será feito no digital, como o pagamento, a escolha da entrega, o transporte do produto”.

Continua após a publicidade

Os espaços nos shoppings funcionarão como um showroom das marcas, em um modelo que o mercado chama de “figital”, a união do físico e do digital. Um exemplo vem da Troc, brechó do grupo Arezzo&Co que era totalmente digital e agora resolveu testar o funcionamento de lojas físicas pelo Brasil. Segundo a CEO Luanna Domakoski, o papel desses estabelecimentos é agregar ao on-line, e não competir com ele. “Cerca de 90% dos clientes de moda precisam ganhar a confiança na marca antes de comprar no digital”, afirma a executiva.

A retomada dos shopping centers não passou despercebida pelo mercado financeiro. As maiores controladoras de shoppings do país tiveram altas significativas nas receitas líquidas no terceiro trimestre de 2021. A BrMalls, administradora de três dezenas de shoppings espalhados pelo país, viu seu lucro aumentar quase sete vezes na comparação com o mesmo período do ano passado. O Grupo Multiplan, dono, entre outros, do BarraShopping, no Rio de Janeiro, e do Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, detectou um aumento de 10% das vendas em outubro diante de mesmo mês de 2019 — portanto, antes da pandemia. Apesar do otimismo, o temor com a variante ômicron disparou um alerta sobre novas restrições de circulação. Espera-se que isso não seja necessário. Shoppings abertos — e cheios — são indicadores de que a vida, aos poucos, começa a voltar ao normal.

Publicado em VEJA de 8 de dezembro de 2021, edição nº 2767

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.