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BRF é processada por acionista nos EUA após Carne Fraca

Empresa foi denunciada à Corte Distrital de Manhattan, Nova York, acusada de enganar acionistas por ocultar envolvimento em fraudes de análise sanitária

Por Reuters
13 mar 2018, 15h18

A companhia de alimentos BRF está sendo processada nos Estados Unidos por um acionista que acusou o maior exportador de aves do mundo de ocultar seu envolvimento em fraudes quanto à análise sanitária de produtos alimentícios. A suspeita de irregularidades é investigadas pela Operação Trapaça, da Polícia Federal, deflagrada na última semana. A ação é um desdobramento da Operação Carne Fraca culminou na prisão de um ex-presidente da companhia.

Uma denúncia foi apresentada na noite de segunda-feira à Corte Distrital de Manhattan , Nova York, em nome de detentores de American Depositary Receipts (ADRs, recibo de ação negociado nos EUA) da BRF de 4 de abril de 2013 a 2 de março de 2018. O objetivo é mover uma ação coletiva contra a companhia.

O autor, Ryo Nakamura, afirmou que a BRF, o ex-presidente Pedro Faria e outros funcionários inflaram artificialmente o preço das ações da empresa brasileira, enganando acionistas sobre suas operações e práticas de conformidade. Nakamura disse que isso incluiu o pagamento de subornos a fiscais e políticos para esconder práticas não sanitárias em unidades da BRF e que o preço da ação da BRF caiu à medida que as notícias da Carne Fraca vieram à tona. O processo visa danos não especificados.

Os ADRs da BRF fecharam a 7,59 dólares no dia 5 de março, queda de 19% em um dia, após Faria ser preso e a Justiça determinar a prisão de outras 10 pessoas.

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A BRF não havia divulgado posicionamento sobre o assunto até a publicação deste texto.

É comum nos Estados Unidos acionistas entrarem com ações judiciais de fraude de valores mobiliários após a revelação de suposta conduta ilícita que tenha causado queda no preço das ações de uma empresa.

Companhias não norte-americanas, como a BRF, gozam de uma proteção parcial em tais processos uma vez que a Suprema Corte dos EUA em 2010 tornou mais difícil processar em relação a ativos financeiros vendidos ou listados fora dos Estados Unidos.

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