O oitavo dia de protestos dos caminhoneiros segue afetando o abastecimento de alimentos. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) informou que até o meio-dia desta segunda-feira, 28, tinha recebido apenas 10% do volume normalmente comercializado, que é de cerca de 11.000 toneladas por dia.
De acordo com a empresa, não estão chegando produtos vindos de outros estados, mas a produção proveniente do cinturão verde de São Paulo tem conseguido chegar até o Entreposto Terminal São Paulo, como folhas, pimentão, pepino, tomate e chuchu, entre outros.
“Esses produtos estão sendo transportados por caminhos alternativos e houve muita transferência de galpões de grandes atacadistas localizados nas proximidades da Ceagesp”, diz a nota da companhia. Alguns itens que permitem estocagem, como maçã, pera, abóboras e frutos importados, ainda possuem oferta.
Os supermercadistas também sentem o reflexo do desabastecimento. De acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a falta de produtos nos supermercados é notada pela ausência de itens do chamado FLV (frutas, legumes e verduras) e também de carnes, frios, leite e derivados, panificação congelada e produtos industrializados que levam proteínas no processo de fabricação.
Todos esses itens formam os grupos de produtos que representam 36% do faturamento dos supermercados. O setor estima que serão necessários de dez a vinte dias após o fim da greve para o abastecimento voltar ao normal, especialmente as carnes, cujo processo produtivo depende de mais tempo.
Para a Apas, “é chegado o momento em que o bom senso deve ser levado em conta pela categoria para que o país possa, de vez, emergir em uma situação de normalidade”.
https://www.youtube.com/watch?v=jTEdkm5S0lc