CEOs das maiores empresas dos EUA devem pressionar Trump por fim da guerra comercial
Presidente dos EUA se reunirá com cerca de 100 líderes de companhias americanas nesta terça-feira

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirá nesta terça-feira 11 com cerca de 100 CEOs das maiores empresas do país durante um encontro da Business Roundtable — associação sem fins lucrativos que reúne líderes de gigantes como J.P. Morgan Chase, Apple e Walmart. A reunião ocorre em meio a crescentes preocupações dos setores produtivo e financeiro com os rumos da política econômica do republicano.
Entre os participantes são esperados o CEO do Walmart, Doug McMillon, e os chefes de quatro dos principais bancos do país: Jamie Dimon (JPMorgan), Jane Fraser (Citigroup), David Solomon (Goldman Sachs) e Charlie Scharf (Wells Fargo), segundo a agência de notícias Reuters. Na segunda-feira, Trump já havia se reunido com executivos do setor de tecnologia na Casa Branca.
De volta à Casa Branca desde 20 de janeiro, Trump tem reforçado seu plano de impor tarifas sobre produtos importados — uma de suas principais promessas de campanha. Nesta terça-feira, o republicano ameaçou elevar as tarifas sobre metais do Canadá para 50%, em resposta à decisão da província de Ontário de impor um imposto de 25% sobre suas exportações de eletricidade para os EUA.
Ele já havia adotado uma tarifa extra de 20% sobre produtos chineses e taxas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de impor o mesmo percentual sobre todo o aço e alumínio comprados pelo país. Uma nova leva de tarifas deve entrar em vigor em 2 de abril, quando o presidente prometeu apresentar um regime global de tarifas recíprocas para todos os parceiros comerciais.
Trump justifica as tarifas como necessárias para fortalecer a indústria nacional e gerar empregos. No entanto, economistas e agentes do mercado alertam que a guerra comercial pode elevar a inflação e desacelerar a economia, levando a uma eventual recessão.
Na reunião desta terça com o Business Roundtable, espera-se que líderes empresariais pressionem Trump a recuar nas tarifas. Em carta aberta divulgada na semana passada, a entidade defendeu “mais esforços para remover rapidamente as tarifas recém-implementadas”, alertando que a manutenção dessas medidas por muito tempo pode ter um impacto econômico significativo. Também ressaltou a importância de preservar os benefícios do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) com o México e o Canadá, assinado no primeiro mandato de Trump.
Por outro lado, a carta defendeu a manutenção dos cortes de impostos promovidos pelo governo e a continuidade da desregulamentação nos setores de energia, infraestrutura e manufatura — duas áreas de convergência com a Casa Branca.