Chefe da Samsung é interrogado por suborno na Coreia do Sul
Jay Yong Lee, vice-presidente da companhia, é suspeito de participação em caso que envolve afastamento da presidente da Coreia do Sul
Procuradores especiais da Coreia do Sul interrogaram nesta quinta-feira o chefe do conglomerado Samsung Group, Jay Yong Lee, por suspeita de pagamento de subornos em um escândalo de tráfico de influência que levou a um processo de impeachment contra a presidente Park Geun-hye. Ele é vice-presidente da companhia, mas é quem comanda a empresa desde que seu pai, Lee Kun hee, se afastou em 2014 após sofrer um ataque cardíaco.
“Sinto muito pelo povo sul-coreano por não mostrar um lado melhor”, disse Jay Yong Lee, a repórteres ao chegar à procuradoria, em meio a manifestantes que pediam por sua prisão e o acusavam de ser cúmplice da presidente. Investigadores agora irão decidir se pedem a prisão de Lee, de 48 anos, disse o porta-voz da procuradoria especial, Lee Kyu-chul, a repórteres.
O Parlamento pediu o impeachment de Park por acusações de que ela teria permitido que sua amiga Choi Soon-sil usasse influência inapropriada em assuntos estatais. Ela continua no cargo mas teve seus poderes retirados, em dezembro, enquanto uma Corte Constitucional decide se mantém ou não o impeachment aprovado em dezembro pelo Congresso. Com isso, se torna a primeira líder democraticamente eleita a ser retirada da função no país. Park nega qualquer ato irregular.
Procuradores investigam se pagamentos da Samsung de cerca de 30 bilhões de wons (81,4 milhões de reais) para uma empresa e duas fundações apoiadas pela de Park têm relação com uma decisão de 2015 do fundo de pensão nacional de apoiar uma controversa fusão entre duas unidades do grupo empresarial.
A Samsung reconheceu ter feito contribuições para duas fundações e para uma empresa de consultoria controladas por Choi Soon-sil, que está no centro do escândalo, mas negou repetidamente as acusações de ter feito lobby para conseguir a aprovação da fusão das unidades Samsung C&T e Cheil Industries, em 2015.
(Com Reuters)