O herdeiro da gigante sul-coreana Samsung, Lee Jae-Yong, foi liberado nesta sexta-feira após 22 horas de interrogatório na investigação do gigantesco escândalo de corrupção na Coreia do Sul que culminou na destituição da presidente, Park Geun-Hye. O vice-presidente da companhia, que está no comando desde que seu pai sofreu um infarto em 2014, é suspeito de suborno.
Os investigadores vão decidir no fim de semana se será solicitado à justiça o envio de uma ordem de prisão por corrupção e abuso de poder ao herdeiro do conglomerado do país. A informação foi dada pelo porta-voz da equipe de investigação, Lee Kyu-Chul. “O interrogatório foi muito extenso por haver muitas coisas a serem com ele verificadas, além de divergências” entre a versão dos feitos dos investigadores e a de Lee, disse Lee Kyu-Chul.
Lee Kun-Hee, filho do presidente do grupo Samsung e neto do fundador, também é acusado de ter cometido perjúrio perante uma comissão de investigação parlamentar quanto ao escândalo que sacode a Coreia do Sul, segundo investigadores especiais.
O caso de corrupção, que provocou uma crise política na Coreia do Sul, gira em torno da influência exercida por Choi Soon-Sil, de 40 anos e amiga da presidenta Park. A chamada “Rasputina sul-coreana” está sendo julgada atualmente por ter utilizado sua relação com Park para obter enormes quantidades de dinheiro para grandes conglomerados sul-coreanos, que, por sua vez, pagavam milhões de dólares a fundações privadas criadas por ela. A presidente está afastada desde dezembro, enquanto aguarda o desfecho do processo de impeachment.
A Samsung, o maior grupo industrial do país, foi o doador mais generoso, destinando 20 bilhões de wons (54,74 milhões de reais) às fundações de Choi, seguidas da Hyundai, SK Group, LG Corporation e Lotte Co. A Samsung é suspeita também de ter financiado a formação equestre da filha de Choi na Alemanha.
Nas últimas semanas, os investigadores interrogaram em várias ocasiões os dirigentes da Samsung e analisaram registros nos locais em que a companhia atua. Eles também podiam pedir a prisão de outros três dirigentes da Samgung, ressaltou o porta-voz.
Mais de dez pessoas foram detidas pelo caso, dentre elas Choi e sua sobrinha, os ex-ministros da Cultura e de Assuntos Sociais, um ex-diretor do gabinete presidencial e um professor universitário.