China impõe tarifas sobre a importação de frango brasileiro
Medida foi criada para proteger a indústria local chinesa, que se queixa de que o Brasil estaria vendendo produtos abaixo do valor de mercado
A China anunciou nesta sexta-feira 8 que vai impôr tarifas extras à carne de frango brasileira. A medida antidumping temporária foi criada com o objetivo de proteger a indústria local chinesa, que reclama de que o Brasil estaria vendendo produtos abaixo do valor de mercado. A decisão provisória determina que os importadores chineses de frango brasileiro terão que pagar depósitos de 18,8% a 38,4% do valor de suas compras a partir deste sábado 9.
Em comunicado, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) manifestou seu protesto diante da decisão do Ministério do Comércio da China pela aplicação de medidas de tarifas à carne de frango brasileira, como direito antidumping provisório.
“A associação reafirma que não há qualquer nexo causal entre as exportações de carne de frango do Brasil e eventuais situações mercadológicas locais. Os esclarecimentos apresentados pelo setor produtivo e pelas agroindústrias exportadoras deixaram clara a ausência de qualquer possível dano aos produtores e ao mercado chinês.”
A entidade considera que a determinação da medida é um retrocesso nas boas relações comerciais construídas por brasileiros e chineses ao longo desta década, bem como na parceria visando à complementariedade na garantia da segurança alimentar da China.
“Apesar de uma potencial retração no desempenho dos embarques em toneladas, o fluxo comercial deverá ser mantido mesmo com a imposição da medida, frente à necessidade e alta demanda do mercado chinês”, diz a ABPA. Em 2017, o país asiático foi destino de 391,4 mil toneladas de carne de frango do Brasil, equivalente a 9,2% de tudo o que o país embarcou no período.
De acordo com a entidade, a investigação foi iniciada em agosto de 2017, por solicitação de produtores locais. A decisão é provisória e a medida final será anunciada em agosto deste ano.
Essa é mais uma decisão contra o produto brasileiro. Em abril, A União Europeia (UE) anunciou a exclusão de vinte unidades de frigoríficos da lista dos que estão autorizados a exportar frango para o bloco comercial. A maior parte pertence à BRF, dona da Sadia e Perdigão e maior processadora de alimentos do país. Essas empresas representam cerca de 30% do total de frango exportado para a União Europeia.