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Com avanço da Covid, setor de serviços registra maior recuo em 8 meses

Dados do PMI de março confirmam previsões pessimistas; em direção oposta, a China teve maior alta de vendas e atividade em três meses

Por Luisa Purchio Atualizado em 6 abr 2021, 13h56 - Publicado em 6 abr 2021, 13h31

O avanço da pandemia de Covid-19, que levou a um novo momento de endurecimento na restrição de atividades econômicas para tentar diminuir a rapidez do contágio, já mostra seus efeitos na economia. O setor de serviços teve, em março, o maior recuo em oito meses. Os dados são do PMI de Serviços, da consultoria IHS Markit, divulgados nesta terça-feira 6.

O dado confirma as previsões pessimistas sobre o setor no Brasil, que foi o mais afetado também no ano passado com as restrições. O Índice de Atividade de Negócios do setor de serviços para o mês foi de 44,1, ante 47,1 em fevereiro. Essa foi a terceira queda consecutiva, mas a mais rápida desde julho de 2020. Vale lembrar que o setor de serviços representa cerca de 70% do PIB o país.

“Enquanto isso, a confiança nos negócios enfraqueceu, com as empresas cada vez mais preocupadas com o aumento no número de casos de Covid-19 e a possibilidade de que as restrições permaneçam em vigor por mais tempo”, diz Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia na IHS Markit. “Onde houve registro de otimismo, os participantes da pesquisa enfatizaram a esperança de uma distribuição mais rápida de vacinas”, diz ela.

Com a maior pressão sobre os custos – como EPIs, combustível e alimentos – em mais de cinco anos e queda nos pedidos, as empresas ligadas a serviços no país tiveram de reduzir postos de trabalho e diminuir as atividades na maior velocidade desde 2020. A empregabilidade caiu pelo quarto mês consecutivo, no ritmo mais rápido desde outubro de 2020. Quatro das cinco categorias de serviços apresentaram queda nos postos de trabalho, com exceção das empresas de informação e comunicação.

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Além disso, as empresas enfrentaram escassez de insumos e algumas repassaram o aumento dos custos para o consumidor. “Muitas sugeriram que a alta dos preços é resultado do enfraquecimento da moeda e da escassez de matéria prima junto aos fornecedores. Para reduzir a pressão extra sobre as margens, as empresas reduziram o número de postos de trabalho e aumentaram seus próprios preços de venda”, diz Pollyanna.

A IHS Markit também divulgou o Índice Consolidado de dados de Produção, que caiu de 49,6 em fevereiro para 45,1 em março, o menor patamar em nove meses.

CHINA

Os dados de março para a China, por sua vez, divulgados pelo grupo de mídia Caixin em parceria com a IHS Markit, foram em direções completamente opostas e apontaram as maiores altas na atividade e nas vendas em três meses. No mês o setor de serviços se expandiu em alta velocidade e as empresas afirmaram que tiveram o maior aumento de vendas em três meses. O PMI de Serviços chinês foi de 54,3 em março, um aumento significativo em relação aos 51,5 de fevereiro.

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Entre os principais motivos apontados, está a recuperação da pandemia da Covid-19. O aumento da demanda pressionou, porém, as empresas e provocou atrasos no atendimento.O saldo de empregabilidade foi positivo, pois foi necessário fazer mais contratações para aumentar a capacidade de atendimento dos pedidos. Os preços também foram pressionados pelo aumento dos custo dos insumos e de produção.

O otimismo sobre recuperação da atividade e da pandemia atingiu o maior patamar em mais de 10 anos. “Os prestadores de serviços estavam muito confiantes sobre as perspectivas de recuperação econômica e controle da pandemia. O indicador das expectativas de negócios atingiu o ponto mais alto desde fevereiro de 2011”, diz Wang Zhe, Economista Sênior do Caixin Insight Group.

 

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