Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Com Brexit sem acordo, Reino Unido parte para tratados bilaterais

Assinatura com o Japão marca estratégia para desviar a atenção da quebra da legislação na saída da União Europeia

Por Luisa Purchio 11 set 2020, 19h02
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Nesta sexta-feira, 11, o Reino Unido fechou o seu primeiro acordo comercial após o Brexit, sinalizando que a saída do país do bloco europeu caminha para um divórcio sem acordo. A parceria foi firmada entre Motegi Toshimitsu, ministro das Relações Exteriores do Japão, e Liz Truss, ministra do Comércio Internacional do Reino Unido. Em comunicado, ela comemorou a parceria fora do âmbito da União Europeia, sinalizando que esse é o primeiro de muitos acordos bilaterais. “Para a Grã-Bretanha, este acordo é um sinal, e sinal que estamos de volta como uma nação comercial independente. Quando deixamos a União Europeia, o fizemos com a promessa de olhar muito além de nossas próprias costas e fechar acordos comercias abrangentes com amigos e aliados com ideias semelhantes”, disse em comunicado. “É o nosso primeiro acordo como nação comercial independente e oferece uma ideia do que podemos alcançar fora da EU.” O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, por sua vez, comemorou em seu Twitter: “Retomamos o controle da nossa política comercial e continuaremos a prosperar como nação comercial fora da EU”.

    O objetivo da parceria é aprimorar o relacionamento comercial entre o Japão e a Grã-Bretanha, que no ano passado significou mais de 30 bilhões de libras esterlinas em transações. Entre as medidas previstas, estão ampliar os produtos isentos de tarifas e a proteção a produtos tipicamente ingleses como cordeiro galês, vinho espumante e o queijo “Yorkshire Wensleydale”. Para especialistas ouvidos por VEJA, o impacto desse acordo na economia da União Europeia é mínimo porque adiciona apenas 0,07% ao PIB do Reino Unido, e ele teria sido feito firmado para desviar a atenção do mundo sobre a quebra da legislação internacional por parte da Grã-Bretanha, que deseja modificar cláusulas presentes no Brexit. “É um espetáculo secundário, um ato para desviar a atenção das negociações que vão mal”, diz Matt Qvortrup, professor de ciência política da Universidade de Oxford. De acordo com ele, a violação da lei internacional tem sido considerada ultrajante mesmo por políticos conservadores que apoiam o Brexit. Ontem mesmo Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, disse que a instituição não ratificaria um acordo comercial com um país que quebra tratados. “Esse acordo com o Japão foi anunciado para salvar sua imagem. É muito simbólico e um sinal do desespero do governo britânico”, disse Qvortrup.

    No comunicado, Liz Truss reafirmou o desejo da Grã-Bretanha de se aproximar dos países que fazem parte do Tratado do Trans-Pacífico. “Na prática, isso significa que o país está saindo de um casamento com a União Europeia para manter vários relacionamentos com outros países”, diz Paulo Roberto de Almeida, diplomata e professor universitário. “Durante 500 anos a maior zona econômica de todas as transações internacionais foi o norte-atlântico. Agora, a partir do século XXI, toda a zona pacífica vai dominar o maior volume de investimentos, tecnologia e serviços”, diz ele. Mesmo que após o Brexit a Grã-Bretanha possa firmar acordos bilaterais com diversos países, a saída da União Europeia ainda é complicada porque o impasse sobre a falta de uma fronteira entre a Irlanda do Norte, que pertence ao Reino Unido, e a República da Irlanda, que pertence a União Europeia, ainda não se resolveu.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.