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Com petróleo nas alturas, Arábia Saudita lucra com a oferta prejudicada

Com Guerra na Ucrânia o preço do barril de petróleo disparou, já passando de 110 dólares; Saudi Aramco, estatal de petróleo, lucrou US$ 39 bi no 1º tri

Por Renan Monteiro 25 Maio 2022, 13h03
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  • Fonte de preocupação de governos e consumidores mundo afora, o preço do petróleo está atingindo níveis recordes e, se depender de seu principal exportador, a realidade deve seguir.  Na última terça-feira, durante o Fórum Econômico Mundial em  Davos, o Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita,  Faisal bin Farhan Al-Saud, disse que não há “ escassez de petróleo no mundo”, além de defender o “relativo equilíbrio atual” na oferta de petróleo no mundo.

    Nesse ínterim, a principal companhia de petróleo do país do Oriente Médio teve alta de 80% no lucro líquido, com 39,5 bilhões de dólares no primeiro trimestre de 2022, segundo balanço oficial. O resultado fez a estatal Saudi Aramco ultrapassar a Apple e se tornar novamente a empresa mais valiosa do mundo.

    O top três dos maiores produtores de petróleo do mundo inclui, respectivamente, Arábia Saudita, Estados Unidos e Rússia. Com o início da guerra na Ucrânia, parte dos países do bloco europeu, bem como países como Austrália, Canadá e Estados Unidos, impuseram proibições diretas à compra do petróleo russo. A Alemanha, maior economia da União Europeia e altamente dependente do petróleo russo, segue em trâmite para aderir o embargo.

    Preço do barril

    Com a oferta prejudicada e uma demanda contínua (sendo improvável a substituição por outras fontes de combustível e energia em curto prazo), o preço do barril de petróleo disparou, passando de 110 dólares o barril desde o início do ataque da Rússia, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Já registrando crescimento desde do ano passo, só em 2022 o aumento foi em mais de 37%, quando o barril era vendido no entorno de 80 dólares no inicio de janeiro e já se especulava sobre a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.

    O diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, demonstrou preocupação com o pico de demanda por petróleo esperado para o verão. Birol falou do risco de “recessão” na economia mundial com aumento acelerado na demanda por energia, sem uma oferta compatível. A Agência Internacional de Energia (IEA) defende a liberação dos estoques de petróleo, na tentativa de conter a alta dos preços. 

    Na última terça, no Fórum Econômico Mundial em Davos, o Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita refutou a ideia. A contenção nos preços ocorrerá, na perspectiva de Faisal, se houver “mais investimento em refinarias, em vez de aumentar a oferta”. 

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