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Com receita de R$ 23,9 bi, setor de apostas online gasta R$ 9 bi com marketing

Um terço dos gastos anuais das plataformas de apostas online com marketing é destinado apenas para os patrocínios de futebol

Por Leticia Yamakami 16 ago 2024, 17h49

Um estudo do Itaú Unibanco S.A., divulgado nesta semana, apontou que o setor de apostas e jogos de azar tem receita líquida de 23,9 bilhões reais e gasta quase 9 bilhões de reais em marketing.

Ao identificar o quanto essas empresas gastam com divulgações e que fração esse custo representa de suas receitas totais, os economistas Luiz Cherman e Pedro Duarte, do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do banco,  chegaram a uma estimativa da receita total do setor. O relatório leva o nome de ‘Apostas on-line: estimativas de tamanho e impacto no consumo’.

De acordo com os dados, estima-se que o gasto total do setor com marketing varie entre 5,8 e 8,8 bilhões de reais, sendo que 3,5 bilhões de reais envolvem patrocínios dentro do futebol, sejam eles por meio dos clubes, competições e transmissões de televisão. Com base em demonstrativos financeiros de empresas internacionais de capital aberto durante o período entre 2021 e o primeiro trimestre de 2024, as empresas que operam no Brasil gastam entre 45% e 75% de suas receitas em divulgações.

No Reino Unido, por exemplo, mercado mais antigo neste segmento, com regulamentação das apostas em 2005, o gasto com marketing tem se situado em torno de 20% da receita bruta. Nos Estados Unidos, onde o mercado de apostas ainda está em fase de expansão (desde 2018 já foi regulamentado pela maioria dos estados), as empresas ainda gastam mais com a área, próximo a 30% de suas receitas. 

Já o mercado brasileiro é ainda mais recente do que o norte-americano, pois a lei de regulamentação nacional foi aprovada apenas em dezembro de 2023. No entanto, o estudo acredita que uma boa aproximação é de que as empresas instaladas no Brasil gastem o que as norte-americanas gastavam alguns anos atrás – em 2021, por exemplo, quando os gastos em marketing nos EUA variavam de 48% a 75% das receitas.

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Kelvin Pereira, diretor da BETesporte, plataforma on-line de apostas esportivas, diz que empresa está envolvida diretamente com a paixão do brasileiro, que é o futebol. “Apoiamos diversos clubes, entre eles os principais do Centro-Oeste, como Goiás e Vila Nova, promovendo ações que mexem com suas enormes torcidas. Além dessa aproximação, oferecemos ótimas condições todos os dias em nossas plataformas e buscamos um jogo seguro e responsável”.

Leandro Figueiredo, head de patrocínios da EstrelaBet, empresa que patrocina clubes como Internacional, Criciúma, América-MG, Ponte Preta, Botafogo-SP e CRB diz que o alcance de comunicação do futebol no país motiva o investimento. “É algo que não reverbera apenas nos 90 minutos de jogo, mas que extrapola as quatro linhas e nos permite participar de momentos históricos, decisivos e emocionantes com a nossa marca. Isso é entretenimento”, diz.  Estar junto a uma plataforma como o esporte, principalmente o futebol, também é fundamental para posicionamento da marca do ponto de vista de lembrança e de reputação, segundo ele. “Procuramos sempre firmar acordos com clubes que possuem um processo de governança muito claro, avaliamos o processo de gestão”, diz Figueiredo.

Setor atrai atenção de grandes grupos

O crescimento exponencial das plataformas de apostas online no país, está incentivando a entrada de grandes grupos no segmento. Nesta semana,  a Globo e a MGM Resorts International anunciaram, um acordo de criação de uma joint-venture, para o lançamento da casa de apostas BetMGM a partir de 2025, quando a regulamentação entrará definitivamente em vigor no Brasil.

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Um dos trechos do comunicado diz que a nova plataforma será “responsável e de primeira classe para um dos mercados regulamentados mais novos e de crescimento mais rápido do mundo”. Essa é a primeira vez que um grupo de comunicação do Brasil terá participação ativa em uma empresa do segmento.

O prazo para se obter as licenças às empresas que desejam operar no Brasil se encerra no dia 20 de agosto. Até o momento, o Sistema Geral de Apostas da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda já recebeu 18 solicitações oriundas de plataformas de apostas esportivas e jogos online. A partir de janeiro de 2025 somente as companhias que estiverem regularizadas poderão atuar no país.

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