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Com Selic parada, BC não muda o recado: juros altos por ‘período prolongado’

Diretoria do Banco Central decidiu mais uma vez por manter a taxa de referência parada em 15%

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 set 2025, 11h12 - Publicado em 17 set 2025, 20h18

O recado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ao anunciar a manutenção da taxa Selic em 15% nesta quarta-feira, 17, continua duro, destacando o mar ainda turbulento de incertezas externas e domésticas e com uma conclusão tão igual à das decisões anteriores quanto a própria Selic:  ainda não há condições para que os juros comecem a cair. É este o entendimento de analistas e economistas das principais menagens transmitidas pelo colegiado em seu comunicado divulgado no início desta noite.

Nas palavras do documento oficial, “o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela” e “uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”. A decisão de não baixa, nem subir a taxa de juros neste mês foi unânime e o documento é assinado por todos os membros do Copom, formado pelo presidente do Banco Central e os oitos diretores que compõem a cúpula executiva ao lado dele.

“Não há novidades na avaliação [do Copom] da economia global, a política fiscal, a atividade e a inflação, e o balanço de riscos continua o mesmo”, escreveu em relatório o economista e professor da FEA-USP José Francisco de Lima Gonçalves. De acordo com ele, o comunicado – conhecido por ser um documento muito técnico, mas que tem suas palavras observadas com lupa pelo mercado para extrair as grandes mensagens sugeridas pela autoridade monetária – “foi simplificado, mas não alterado”.

“A mensagem foi simplificada, mas sugere a continuidade, e não interrupção de um processo”, afirmou Gonçalves, mencionando o trecho em que o Copom afirma que “seguirá vigilante” e “avaliando” se o nível de juros atuais é o suficiente para reduzir a inflação de volta para a meta. A projeção do próprio Copom é que a inflação encerre 2025 em 4,8%, e só esteja mais próxima da meta, de 3%, no primeiro de trimestre de 2027, com projeção de 3,4%.

“O comunicado segue com tom bastante duro e afirmando o comprometimento da autoridade monetária em perseguir a meta inflacionária”, escreveu, em um comentário, a economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa, que ressalta que tanto a decisão quanto o comunicado ficaram dentro do que já esperado pelos agentes de mercado e que, portanto, devem ter pouco impacto em indicadores como os juros futuros ou a taxa de câmbio.

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O economista-chefe da Asset 1, Luis Cezario, destaca que o tom de rigor do BC reiterado no comunicado desta quarta-feira reforça a perspectiva de que a Selic só comece a ser cortada no primeiro trimestre do ano que vem, e não já em dezembro, como ainda acreditam alguns analistas, por conta dos sinais que devem ficar cada vez mais claros de desaceleração da economia nos próximos meses. “Mesmo com a apreciação cambial observada nas últimas semanas e com os sinais de enfraquecimento da atividade, a projeção do modelo do Banco Central para o IPCA no horizonte relevante não mudou”, destacou Cezario, mencionando a projeção de inflação a 3,4% para o começo de 2027.

O “horizonte relevante” é o prazo de longo prazo com que o BC trabalha, de 18 meses, já que leva tempo até o mundo real reagir plenamente a uma alta de juros. “Olhando adiante, acreditamos que a evolução do cenário econômico levará o Copom a mudar o tom de sua comunicação nos próximos meses, para preparar o terreno para o início de um ciclo de corte de juros a partir do início de 2026”, conclui.

Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:

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